Todos os anos, evangélicos vão até Jerusalém para participar da Festa dos Tabernáculos, conhecida também como Sucot. A Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém realizou, dessa vez, uma convenção com a participação de milhares de cristãos do mundo todo.
Enquanto a data se tornou marcante no calendário de muitos evangélicos que apoiam Israel, muitos judeus não ficaram entusiasmados. Segundo alguns líderes ortodoxos, a participação cristã no evento foi uma "atividade missionária disfarçada".
O chefe dos judeus asquenazes (provenientes da Europa Central e Oriental), rabino David Lau e o chefe dos judeus sefarditas (originários de Portugal e Espanha), rabino Yitzhak Yosef, disseram que os judeus ortodoxos em Israel não devem participar de eventos como esse.
"Para nossos irmãos da Casa de Israel, vamos dizer: Não se junte a esta assembléia, cujo objetivo é evitar a verdadeira redenção de Israel, de acordo com a nossa sagrada Torá. Devemos nos manter longe deste evento. Está proibido se juntar a eles de forma alguma", disseram os líderes.
Algumas organizações judaicas ultra-ortodoxas visam combater a agenda cristã sionista através de protestos e, se necessário, ações judiciais, aponta o site americano Al-Monitor.
"Durante anos tivemos um entendimento tácito com a Embaixada Internacional Cristã em Israel, que evitou a atividade missionária. Mas ao longo dos anos, eles não mantiveram sua parte do acordo", disse o rabino Shmuel Lifschitz. "No último Sucot, eles receberam soldados e jovens judeus e pregaram a conversão ao cristianismo abertamente. Nós estamos preocupados, eles estão cruzando a linha vermelha".
A Embaixada Cristã não comentou sobre o assunto, mas ressaltou que não faz proselitismo religioso.
Oposição organizada
O site da organização judaica ortodoxa Yad L'Achim traz manchetes como "Missionários atacam novamente: Campanha tem como alvo o sul de Israel". O conteúdo critica a ação evangelística do grupo "Judeus por Jesus", em sua campanha de cartazes com mensagens cristãs e distribuição de panfletos nos semáforos.
O Yad L'Achim assumiu a causa dos carteiros da cidade de Ascalão, que negaram entregar materiais missionários nas casas. Um de seus consultores jurídicos, Moshe Morgenstern, argumentou que a distribuição dos folhetos, escritos em hebraico e russo, foi uma violação da lei que proíbe tentativas de atrair menores à conversão.
Morgenstern argumenta que as crianças que chegam em casa, da escola, antes de seus pais e recolhem o correio, são as primeiras a serem expostas ao material. O correio de Israel recusou o pedido de suspensão das entregas pelo Yad L'Achim e elas permaneceram.
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