Liderança católica da África recusa bênção gay e diz ser contrária à vontade de Deus

Em declaração conjunta, os bispos africanos afirmaram que não seguirão a decisão, aprovada pelo papa Francisco, de dar bênçãos a casais do mesmo sexo.

Fonte: Guiame, com informações de AP NewsAtualizado: sexta-feira, 12 de janeiro de 2024 às 14:56
O cardeal congolês Fridolin Ambongo. (Foto: Wikimedia Commons/François-Régis Salefran).
O cardeal congolês Fridolin Ambongo. (Foto: Wikimedia Commons/François-Régis Salefran).

Os bispos católicos da África e Madagascar se recuaram a seguir a decisão da Igreja Católica Romana em dar bênçãos a casais do mesmo sexo.

Na quinta-feira (11), as conferências episcopais nacionais africanas emitiram uma declaração conjunta anunciando a decisão. 

No documento, assinado pelo cardeal congolês Fridolin Ambongo, os bispos afirmaram que a união homoafetiva é contrária à vontade de Deus.

Segundo Ambongo, na cultura africana, os relacionamentos LGBT “são vistos como contraditórias às normas culturais e intrinsecamente corruptas”.

O cardeal observou que a mudança, aprovada pelo papa Francisco em dezembro do ano passado, gerou escândalo e confusão entre fiéis e líderes católicos africanos.

“Dentro da família eclesial de Deus em África, esta declaração causou uma onda de choque, semeou conceitos errados e inquietação nas mentes de muitos fiéis leigos, pessoas consagradas e até pastores, e despertou fortes reações”, escreveu ele, na declaração.

Ambongo afirmou que os bispos africanos continuam em comunhão com Francisco, mas ponderou que não darão a bênção a casais homoafetivos porque “no nosso contexto, isso causaria confusão e estaria em contradição direta com o ethos cultural das comunidades africanas”.

Decisão do Vaticano

A medida do Vaticano, aprovada no dia 18 de dezembro de 2023, estabelece que os sacerdotes católicos romanos têm permissão de conceder bênçãos a casais do mesmo sexo, se assim desejarem.

A “bênção” não deve apresentar qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento e não pode ocorrer durante liturgias regulares da Igreja.

O documento que anunciou a decisão destaca que a Igreja Católica mantém a perspectiva de considerar a união entre casais do mesmo sexo como um ato "irregular", reafirmando que a doutrina permanece inalterada. 

No entanto, ressalta também que a permissão para as bênçãos é interpretada como um "sinal de que Deus acolhe a todos".

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