Macron quer aborto na Constituição: ‘Liberdade das mulheres será irreversível’

A proposta de lei para tornar o aborto constitucional na França deverá ser aprovada em Conselho de Ministros até ao final do ano.

Fonte: Guiame, com informações da Pro MedienmagazinAtualizado: sexta-feira, 3 de novembro de 2023 às 12:07
Emmanuel Macron, presidente da França. (Foto: Wikimedia)
Emmanuel Macron, presidente da França. (Foto: Wikimedia)

Presidente da França desde 2017, Emmanuel Macron decidiu ir a fundo em um desejo antigo, que é tornar o aborto um procedimento constitucional em seu país.

Para ele, o ‘direito ao aborto’ deveria estar na Constituição francesa, o que Macron está viabilizando concretamente.

No final de outubro, o Conseil d'Etat (Conselho de Estado), o mais alto tribunal administrativo da França, recebeu um projeto de lei para conferir status constitucional ao "direito ao aborto".

Segundo o presidente francês, a proposta legislativa deverá ser aprovada em Conselho de Ministros até ao final deste ano.

'Direito ao aborto irreversível'

Macron foi ao seu perfil no X (antigo Twitter) onde informou:

“Com base no trabalho dos parlamentares e das associações, o projeto de lei constitucional será enviado esta semana ao Conselho de Estado e apresentado ao Conselho de Ministros até ao final do ano”.

Manifestando seu desejo pela aprovação da proposta, o presidente da França ainda escreveu: “Em 2024, a liberdade das mulheres de fazer um aborto será irreversível.”

Sem referendo

Segundo o “Frankfurter Allgemeine Zeitung” (FAZ), um dos jornais diários de maior prestígio na Alemanha, Macron quer evitar um referendo pretendido pelo partido de esquerda LFU.

Com a ação, Macron frustrou o referendo, que, na opinião do governo, teria dado “atenção excessiva” aos oponentes do aborto, escreveu o FAZ.

A objeção de Macron ao referente, é supostamente pelo fato de as emissoras de rádio e televisão darem a ambos os lados, contrário e favorável, o mesmo tempo para exposição de suas propostas.

Na França, o aborto foi legalizado por lei em 1975, mas não consta na constituição do país, o que Macron deseja fazer.

‘Legislação não diminui traumas’

Em entrevista exclusiva ao Guiame, a psicóloga Marisa Lobo falou sobre traumas e outras consequências que o aborto pode trazer à mulher e exemplos de mulheres que optaram por não abortar asseguram que esta foi a melhor saída.

“Quando uma mulher provoca aborto, os traumas criados são pela culpa de ter tirado a vida de um ser inocente, que ela entende como tal, e não do procedimento em si. Não será legalizando este ato que a mulher vai se sentir menos culpada”, diz.

E continua: “Essa culpa vai depender da história de vida dessa mulher, de seus valores e princípios, não do procedimento em si. Muitas mulheres cometem aborto por falta de apoio do parceiro e da família, por exemplo e o fazem em um momento de impulso, tendendo a se arrepender posteriormente”.

Marisa Lobo, que é colunista do Guiame, disse ainda que “depois do aborto, algumas tem ideias suicidas – não por ter feito um aborto legal ou ilegal, mas sim por ter tirado uma vida, que fazia parte da sua – é isso que as pessoas que lutam pelo aborto negligenciam: O amor a si mesmo e ao próximo.”

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