Presidente da França desde 2017, Emmanuel Macron decidiu ir a fundo em um desejo antigo, que é tornar o aborto um procedimento constitucional em seu país.
Para ele, o ‘direito ao aborto’ deveria estar na Constituição francesa, o que Macron está viabilizando concretamente.
No final de outubro, o Conseil d'Etat (Conselho de Estado), o mais alto tribunal administrativo da França, recebeu um projeto de lei para conferir status constitucional ao "direito ao aborto".
Segundo o presidente francês, a proposta legislativa deverá ser aprovada em Conselho de Ministros até ao final deste ano.
'Direito ao aborto irreversível'
Macron foi ao seu perfil no X (antigo Twitter) onde informou:
“Com base no trabalho dos parlamentares e das associações, o projeto de lei constitucional será enviado esta semana ao Conselho de Estado e apresentado ao Conselho de Ministros até ao final do ano”.
Fondé sur le travail des parlementaires et des associations, le projet de loi constitutionnelle sera envoyé au Conseil d'État cette semaine et présenté en Conseil des ministres d’ici la fin de l'année.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) October 29, 2023
En 2024, la liberté des femmes de recourir à l'IVG sera irréversible. https://t.co/4uSoIJu310
Manifestando seu desejo pela aprovação da proposta, o presidente da França ainda escreveu: “Em 2024, a liberdade das mulheres de fazer um aborto será irreversível.”
Sem referendo
Segundo o “Frankfurter Allgemeine Zeitung” (FAZ), um dos jornais diários de maior prestígio na Alemanha, Macron quer evitar um referendo pretendido pelo partido de esquerda LFU.
Com a ação, Macron frustrou o referendo, que, na opinião do governo, teria dado “atenção excessiva” aos oponentes do aborto, escreveu o FAZ.
A objeção de Macron ao referente, é supostamente pelo fato de as emissoras de rádio e televisão darem a ambos os lados, contrário e favorável, o mesmo tempo para exposição de suas propostas.
Na França, o aborto foi legalizado por lei em 1975, mas não consta na constituição do país, o que Macron deseja fazer.
‘Legislação não diminui traumas’
Em entrevista exclusiva ao Guiame, a psicóloga Marisa Lobo falou sobre traumas e outras consequências que o aborto pode trazer à mulher e exemplos de mulheres que optaram por não abortar asseguram que esta foi a melhor saída.
“Quando uma mulher provoca aborto, os traumas criados são pela culpa de ter tirado a vida de um ser inocente, que ela entende como tal, e não do procedimento em si. Não será legalizando este ato que a mulher vai se sentir menos culpada”, diz.
E continua: “Essa culpa vai depender da história de vida dessa mulher, de seus valores e princípios, não do procedimento em si. Muitas mulheres cometem aborto por falta de apoio do parceiro e da família, por exemplo e o fazem em um momento de impulso, tendendo a se arrepender posteriormente”.
Marisa Lobo, que é colunista do Guiame, disse ainda que “depois do aborto, algumas tem ideias suicidas – não por ter feito um aborto legal ou ilegal, mas sim por ter tirado uma vida, que fazia parte da sua – é isso que as pessoas que lutam pelo aborto negligenciam: O amor a si mesmo e ao próximo.”
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