Depois de dois anos e meio de tratamento contra o câncer, o “sino da cura” tocou para o pequeno Brener Lorenzo, de 4 anos, na manhã desta quarta-feira (15).
O menino da cidade de Anori, a 195 quilômetros de Manaus (AM), foi diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e iniciou o tratamento de forma imediata. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em até 85%.
Quando foram identificadas as alterações no exame de sangue de Brener, o menino foi encaminhado para a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), que, ao confirmar a leucemia, iniciou seu tratamento em menos de 72 horas.
“Ainda lembro quando o Brener chegou aqui no Hemoam, era um final de tarde e já tínhamos o resultado dele em mãos. Acionamos toda a equipe e tratamos de internar ele às pressas. Hoje ele está aqui, com a saúde ótima, mostrando que a cura da leucemia é possível quando tratamos precocemente”, disse Socorro Sampaio, médica hematologista pediatra, que acompanhou todo o tratamento de Brener e atualmente é a diretora-presidente do Hemoam.
Para a mãe do menino, Eliane Silva de Oliveira, a sensação é de gratidão a Deus. “É um sentimento assim de milagre. Milagre de Deus, uma vez eu saí da sala da dra. Socorro e avisei que no dia que meu filho entrasse em ‘manutenção’, eu daria esse testemunho”, disse ela, logo após o ato de tocar o sino da cura junto com o filho.
O sino simboliza o fim do tratamento contra o câncer. Já a “manutenção” é a fase de acompanhamento médico para certificar que a doença não voltou, após o desaparecimento do câncer. Essa manutenção é realizada trimestralmente.
O garoto foi atendido pelo Programa de Ampliação do Diagnóstico Precoce das Leucemias, para o interior do Amazonas, desenvolvido pela Hemoam. O programa capacita profissionais para diagnosticar precocemente o câncer no sangue e, com isso, aumentar as chances de cura dos pacientes. Desde 2017, a iniciativa já capacitou 81 profissionais de 37 cidades do interior do estado.
Desde que a ampliação do programa de diagnóstico teve início, houve um aumento de pelo menos 25% na demanda de pacientes com doenças do sangue oriundos do interior. Antes disso, 80% das crianças e adultos que vinham se tratar no Hemoam eram provenientes da zona urbana de Manaus ou da Região Metropolitana.
“A realidade não é que não tinha pacientes, é que não tinha diagnóstico, e aí nós levamos o treinamento para técnicos que estão no seu cotidiano. Fizemos uma articulação via WhatsApp, eles mandam as fotos das células, nós identificamos a possibilidade de ser uma leucemia ou uma doença maligna qualquer do sangue, e aí articulamos para que as crianças e os adultos venham o mais rápido possível”, explica o médico hematologista e diretor clínico do Hemoam, Nelson Fraiji.
O programa tem apoio do o Instituto Ronald McDonald, por meio do Grupo de Apoio à Criança com Câncer do Amazonas (GAAC).
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