Mais americanos decidem educar seus filhos em casa: “Não estão felizes com as escolas”

O Homeschooling (ensino doméstico) tem crescido nos Estados Unidos de uma forma que as pessoas não imaginavam. Com a pandemia por Covid-19, desde o ano passado, muitos pais tiveram que recorrer ao aprendizado remoto por meio de seu distrito escolar local ou escola privada para encerrar o ensino presencial em sala de aula.

No entanto, quando chegou a hora de as crianças voltarem para a escola, neste outono, alguns relatórios mostraram que centenas de milhares de pais em todo o país decidiram manter seus filhos em casa. 

Como resultado, o número de crianças que estudam em casa dobrou nos últimos dois anos. O Instituto Nacional de Pesquisa em Educação Domiciliar diz que, há dois anos, havia aproximadamente 2,5 milhões de alunos estudando em casa. Atualmente, esse número já chega a quase 5 milhões. 

Sobre a pesquisa

De acordo com o CBN News, o aumento foi relatado em março deste ano, revelando que a taxa de famílias que educam seus filhos em casa aumentou para 11% em setembro de 2020, e seis meses antes era 5,4%.

As razões são muitas. Alguns pais querem que seus filhos tenham um currículo baseado na fé, enquanto outros acreditam que suas escolas locais têm problemas com a doutrinação em questões como a Teoria Crítica da Raça, por exemplo.

Um tema comum para vários pais é que seus filhos tiveram um bom desempenho enquanto estudavam em casa e eles não querem mudar isso. Yvonne Bunn, diretora de apoio ao ensino doméstico e assuntos governamentais da Associação de Educadores Domiciliares da Virgínia, disse à CBN News que o ensino doméstico continua a crescer.

“Só na Virgínia, vimos um aumento de 48% no número de alunos que são educados em casa, no último ano letivo. Passamos de 44 mil para 65 mil alunos em casa”, ela revelou.

^{Muitas crianças terão aulas que incluem conteúdos como casamento gay. (Foto: Stock photo via Elements Envato)}

Pais em casa, filhos em casa

“Muitos pais fizeram isso e dizem que seus filhos se saíram muito melhor e que também não estão sofrendo bullying”, continuou. Bunn também observou que os pais que trabalham em casa estão ansiosos para manter os filhos em casa também.

“Eu realmente acho que muitos pais continuarão a educar seus filhos em casa. Eles não estão felizes com o que está acontecendo nas escolas”, explicou.

“Os pais estão com outras ideias, até mesmo aqueles que trabalham. Ficamos surpresos com o número que deseja continuar a trabalhar em casa para poder continuar a ensinar seus filhos”, disse.

As últimas tendências de pesquisa revelam que muitas mães decidiram não voltar a trabalhar, de acordo com o apresentador de rádio conservador Erick Erickson. “Essas mães estão contribuindo para a renda familiar de outras maneiras, como a venda de itens online”, comentou.

A pandemia mudou tudo

Erickson também aponta para as mudanças que a pandemia por Covid-19 trouxe para a sociedade. “O vírus, as consequências do vírus e a resposta do governo ao vírus causaram uma reviravolta no estilo de vida americano”, observou ele. 

“Temos uma escassez de mão de obra neste país. Temos um excedente de empregos e não temos gente suficiente para ocupá-los agora no país. Parte disso tem a ver com aumento do desemprego, mas a causa não é apenas essa”, explicou.

“Algumas famílias perceberam, na pandemia, vivendo sob confinamento, que estão perfeitamente bem vivendo com uma única renda”, continuou o apresentador.

“Eles fizeram cortes no orçamento e estão bem. Muitas famílias decidiram que seria melhor para seus filhos não estarem no sistema de ensino público, optando por escolas particulares e ensino doméstico”, concluiu.