Mais de 30 mulheres processam site pornográfico por tráfico sexual e pornografia infantil

O grupo de mulheres também alega que a MindGeek, empresa que administra o Pornhub, comprou conteúdos sexuais ilegais de traficantes de seres humanos, através de empresas de fachada.

Fonte: Guiame, com informações de Relevant MagazineAtualizado: quarta-feira, 23 de junho de 2021 às 18:18
Grupo de mulheres processa o Purnhub. (Foto: Relevant).
Grupo de mulheres processa o Purnhub. (Foto: Relevant).

Trinta e quatro mulheres processaram a gigante plataforma de vídeos pornográficos Pornhub no dia 17 de junho, sob a acusação da empresa lucrar com tráfico sexual, estupro e pornografia infantil. 

O processo alega que a plataforma, administrada pela MindGeek, está consciente que grande parte de seus vídeos violam a lei dos Estados Unidos contra conteúdo sexual não consensual. As mulheres ainda afirmam que além da empresa saber que hospeda esse tipo de conteúdo ilegal, ela incentiva o acesso dos usuários a esse material e o monetiza. 

“O caso não é sobre pornografia consensual ou negligência. É sobre a eleição intencional de uma empresa pornográfica para incluir em seu modelo de negócios o estupro e outros conteúdos não consensuais”, afirmou Michael Bowe, advogado das autoras do processo, ao Washington Post. 

O grupo de mulheres também alega que a MindGeek comprou conteúdos sexuais ilegais de traficantes de seres humanos, através de empresas de fachada e lavou o lucro para ocultá-lo.

“É hora de as empresas e indivíduos que lucraram com conteúdo ilegal e não consensual serem responsabilizados por seus crimes. Entrei no processo porque procuro justiça para mim e para as inúmeras vítimas que não se manifestam”, disse uma das mulheres anonimamente, à CNN.

A Pornubhub negou as acusações das 34 mulheres em comunicado à NBC News: “As alegações na denúncia de hoje de que a Pornhub é uma empresa criminosa que trafica mulheres e é administrada pelo The Sopranos são totalmente absurdas, totalmente imprudentes e categoricamente falsas". 

As 33 demandantes optaram em se manter anônimas, apenas Serena Fleites, que afirma ter sido traficada pelo Pornhub, listou seu nome no processo. Serena foi uma das vítimas relatadas na reportagem do The New York Times, que denunciou a distribuição e monetização de abuso sexual de crianças pelo Pornhub. Fleites tinha apenas 13 anos quando suas imagens nuas foram postadas pela primeira vez no site.

Após a reportagem, a Visa e a Mastercard romperam negócios com a plataforma. E a Pornhub removeu milhões de vídeos e adicionou regras mais rígidas sobre quem pode enviar conteúdo. 

Com a repercussão da denúncia, em setembro de 2020, a ONG cristã ExodusCry promoveu uma petição online para exigir o fechamento do Pornhub. O documento atingiu mais de 2 milhões de assinaturas de 192 países. Após a pressão de milhões de cristãos, senadores dos EUA exigiram uma investigação sobre o site pornográfico.

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