“Se as portas da política pública estão abertas pra uma religião, têm que estar abertas para todas. Se vai ter Jesus nas escolas públicas, vai ter Satanás nas escolas públicas.” Essa é a justificativa para a realização da ‘Marcha para Satanás’, prevista para o dia 29 de março, em Belo Horizonte, de acordo com o organizador do evento.
Ele afirma que a marcha é inspirada em movimentos como o Templo Satânico e a Global Order of Satan, mas que o objetivo principal não é confrontar diretamente os cristãos, mas sim unir pessoas que se identificam com a causa.
Os organizadores dizem que pretendem demonstrar que o estado é laico.
“Em que pese o direito constitucional de liberdade de expressão e liberdade religiosa, como cristão eu vejo essa manifestação como algo inócuo, sem o menor sentido, uma vez que o estado já é laico”, opina o Pr. Carlos Roberto Cruvinel, diretor do diretor da Escola Teológica Pr. Virgílio dos Santos Rodrigues.
O pastor diz ainda que “o que me parece é que esse grupo, na verdade, quer chamar a atenção sem nenhum objetivo prático, sem nenhuma conclusão prática, já que o estado sem religião já existe”.
Cruvinel diz ainda que “o grande perigo é que eles estão aliando a questão de Satanás ao que eles consideram minorias, segundo o que informam na divulgação do evento”.
A advogada cristã Patrícia Alonso diz que “em contraponto ao Diabo sempre quem será exaltado será o Todo-Poderoso, o grande Eu Sou, o El Shadday, O ‘Eu Sou o que Sou’”.
Ela remete à história, apontando que “Martinho Lutero disse que até ‘o diabo é o diabo de Deus’, ao demonstrar em sua tese teológica, que o próprio diabo está submetido à vontade de Deus e a Sua permissividade”.
“Para mim, a manifestação em questão, e a intenção à qual se destina, está demonstrado claramente que LAICISMO sempre se destrói em ideologia INTOLERANTE”, conclui a advogada.
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