Médicos cristãos são forçados a recitar versos do Alcorão em hospital, no Paquistão

Um hospital gerido pela prefeitura obrigou seus funcionários não-muçulmanos a recitarem versos do Alcorão. Caso contrário, teriam um dia de falta em seu registro.

Fonte: Guiame, com informações de The Express TribuneAtualizado: quarta-feira, 3 de maio de 2017 às 18:48
Paramédicos trabalhando em turnos de 24 horas na região de Gaza. (Foto: Wissam Nassar/Al Jazeera)
Paramédicos trabalhando em turnos de 24 horas na região de Gaza. (Foto: Wissam Nassar/Al Jazeera)

Um hospital da cidade de Lahore, capital do Paquistão, está obrigando seus funcionários não-muçulmanos a recitarem versos do Alcorão no início da jornada de trabalho ou então terão um dia de falta em seu registro.

O assunto veio à tona quando o superintendente do Hospital Mian Mir, Dr. Muhammad Sarfraz, supostamente agrediu um paramédico cristão por não comparecer a uma reunião islâmica.

Após o incidente, a equipe de paramédicos protestou contra a administração do hospital, que é gerido pela Prefeitura de Lahore. “O ato do hospital é uma violação à Constituição do Paquistão”, comentou o paramédico cristão Marshal.

Falando à imprensa, Marshal pediu que os eruditos religiosos resolvessem a questão enquanto a administração do hospital vem pressionando os funcionários a deixarem seus empregos.

Outro funcionário do centro médico, Fahad Ahmed, muçulmanos e cristãos estavam trabalhando em harmonia. “É um local de trabalho profissional. Eu não sei por que o governo está forçando os cristãos a fazerem isso. Isso é totalmente inaceitável”.

O presidente do Centro de Justiça Social, Peter Jacob, observa que a liberdade religiosa é garantida na Constituição do Paquistão. “Este ato vai contra a Constituição e deve ser tratado em conformidade”, disse ao The Express Tribune.

Procurado pela imprensa, o Dr. Muhammad Sarfraz não se dispôs a comentar o caso. No entanto, o diretor de saúde Dr. Muhammad Saeed assegurou que um comitê foi formado para iniciar uma investigação contra qualquer um que seja considerado culpado.

Um alto funcionário da justiça, que preferiu não se identificar, indicou que o extremismo tem se espalhado por hospitais públicos e solicitou o desenvolvimento de um código de conduta para evitar incidentes como este no futuro.

“A questão do Hospital Mian Mir é apenas uma pequena manifestação, mas também serve como um alarme”, afirmou.

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