“Meu objetivo é que me admirem não só como jogador, mas como servo de Deus”, diz Cortez

Bruno Cortez, lateral-esquerdo do Grêmio falou sobre sua trajetória na série “Ouça Minha História”, transmitida ao vivo pelo Guiame.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quinta-feira, 9 de julho de 2020 às 15:10
Bruno Cortez na série “Ouça Minha História”, transmitida ao vivo pelo Guiame. (Foto: Guiame)
Bruno Cortez na série “Ouça Minha História”, transmitida ao vivo pelo Guiame. (Foto: Guiame)

A convicção de que Deus se faz presente nas alegrias e dificuldades sempre fizeram parte da caminhada de Bruno Cortez, lateral-esquerdo do Grêmio. Quando olha para trás, ele dedica sua trajetória a Deus: “o segredo de tudo é ter Jesus em nosso caminho”.

Na série “Ouça Minha História”, transmitida ao vivo pelo Guiame nesta quarta-feira (8), Cortez contou ao pastor Rodrigo Salvitti sobre sua vida além do futebol.

Nascido no Rio de Janeiro, Cortez perdeu sua mãe aos 6 anos de idade e foi criado por uma família de seu bairro. Desanimado com o sonho de jogar bola, ele cresceu trabalhando de diversas formas — desde vendedor de cachorro-quente até despachante. 

Aos 13 anos, Cortez se entregou a Jesus durante um culto, após aceitar o convite de um amigo. Aos 17 anos, o rumo de sua vida mudou completamente: ele voltou a jogar bola e foi batizado. Dali em diante, sua trajetória passou a ser marcada pelo crescimento no futebol e na caminhada com Deus.

“Eu sempre acreditei que Deus esteve comigo, me ajudando a superar a perda que eu sofri, as dificuldades que eu enfrentei. Não foi fácil perder minha mãe aos 6 anos e trabalhar duro, mas eu sempre tive um foco. Como eu sempre digo, o propósito permanece maior do que as lutas”, disse o jogador. “Se não fosse a mão de Deus me sustentando, eu não estaria hoje aqui”.

Cortez fez parte das categorias de base do Paysandu em 2007 e meses depois começou sua carreira no Al-Shahaniya, do Qatar. De volta ao Brasil, ele teve passagens pelo Castelo Branco, Quissamã e Nova Iguaçu até ser contratado pelo Botafogo, em 2011.

“Eu fui estourar no Botafogo aos 23 anos, e para muitos já é velho. Quantas pessoas disseram para eu desistir?! Mas a minha fé me levou a acreditar que o Deus do impossível poderia mudar a minha situação”, lembra o lateral.

“Muitos dizem ‘ele está ali por sorte’. Não existe sorte. Existe competência, trabalho, dedicação e acima de tudo fé. Porque se você não tem fé, como você vai conseguir vencer na vida?”, ele destaca.

Assista a live completa: 

Ainda em 2011, Cortez foi convocado para a Seleção Brasileira no Superclássico das Américas, na qual o Brasil saiu vitorioso. Ele considera sua passagem pela seleção como um ponto de virada na carreira. “Ali foi o momento em que eu disse: é Deus”.

“O meu coração é cheio de gratidão a Deus, porque eu sei de onde Ele me tirou e sei aonde Ele tem me colocado. Eu sei que o que acontece em minha vida não é porque eu mereço, é por misericórdia e graça de Deus. Sempre que tenho oportunidade, nas entrevistas, no clube ou quando vou pregar, gosto de destacar que é Deus quem opera”, afirma o jogador.

Cortez foi contratado pelo São Paulo em 2011 por R$ 7 milhões, em uma das maiores negociações entre clubes do futebol brasileiro naquele ano. Em maio de 2013, depois de um mal desempenho do clube, Cortez foi afastado do elenco. 

“Eu não murmurei, não questionei, não bati boca. Se eu tivesse feito isso, eu não seria mais dependente de Cristo, porque estaria usando minhas próprias forças”, explica.

No mês seguinte, ele foi emprestado ao time português Benfica por 1 ano, com opção de compra, após o fim do contrato. Contudo, no final de 6 meses de empréstimo, o time teve que devolver o atleta ao São Paulo, que ofereceu a ele uma condição difícil: “ou você vai para o Criciúma, ou você fica encostado”.

Cortez conta que permaneceu em oração e jogou no Criciúma até o fim de 2013. Em janeiro de 2015, Bruno Cortez foi emprestado para o Albirex Niigata, no Japão, por 2 anos.


Pastor Rodrigo Salvitti e Cortez na série “Ouça Minha História”, transmitida ao vivo pelo Guiame. (Foto: Guiame)

Em janeiro de 2017, após dois anos atuando no Japão, Cortez retornou ao Brasil e se deparou com a possibilidade de jogar no Náutico, mas tinha dentro dele a convicção de que “essa porta não foi Deus que abriu”.

Até que, de última hora, o jogador Léo Moura fez uma ponte para levá-lo ao Grêmio. As negociações deram certo e Cortez assinou o contrato em 2017, defendendo a camisa do time até hoje.

“A oração do justo pode muito em seus efeitos. Enquanto nós estamos orando, enquanto estamos clamando dentro da nossa casa, Deus está trabalhando em uma situação em que a gente nem sabe. Eu nem imaginava ir para o Grêmio, eu já estava arrumando as malas para ir ao Náutico”, ele lembra. “Deus abre portas onde só vemos paredes”.

Diante das conquistas ou dos momentos de instabilidade na carreira, Cortez destaca a importância de permanecer em fé. “Eu dedico minhas vitórias e derrotas a Deus, porque eu aprendi que o vencedor não é aquele que só vence, mas aquele que sabe perder. As derrotas mostra o Verdadeiro Campeão, que nos faz acreditar que tudo é possível ao que crê”.

Cortez falou ainda sobre as oportunidades que já teve de falar do amor de Deus a outros jogadores nas concentrações. “Já entraram muitos jogadores desanimados, com o casamento abalado, mas a gente sempre teve uma palavra de ânimo, de fé, de incentivo para preservar o casamento e a família”, conta.

“Havia períodos em que os meninos conversavam com a gente, e podemos até pensar ‘ele vai voltar a fazer tudo o que fazia antes’, mas não temos que nos preocupar com isso, temos que pensar em lançar uma semente no coração. Deus me colocou no Grêmio com um propósito. Meu objetivo é que as pessoas me admirem não só como jogador, mas como pessoa, como servo de Deus”, destaca Cortez.

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