Mike Pompeo critica China por tentar reescrever a Bíblia: "Isso é inaceitável"

O secretário de Estado dos Estados Unidos criticou a China por sua contínua perseguição às minorias religiosas, especialmente os cristãos.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem PostAtualizado: terça-feira, 29 de setembro de 2020 às 12:12
O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em entrevista coletiva em Washington, DC. (Foto: Andrew Harnik/Pool via Reuters)
O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em entrevista coletiva em Washington, DC. (Foto: Andrew Harnik/Pool via Reuters)

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, criticou a China por sua contínua perseguição às minorias religiosas em discurso no Values ​​Voter Summit, uma conferência política conservadora realizada anualmente em Washington, DC.

“Nós assistimos hoje ao desafio que cristãos e católicos enfrentam por praticar sua fé dentro da China”, disse Pompeo, em discurso transmitido online na terça-feira passada (22).

“O Partido Comunista Chinês está tentando reescrever a Bíblia para 'sinicizar' a doutrina cristã”, acrescentou. “Isso é inaceitável. Isso vai depreciar o povo chinês. Queremos coisas boas para eles”.

A China reconhece oficialmente cinco religiões: budismo, taoísmo, islamismo, protestantismo e catolicismo. No entanto, o relatório de 2019 do Departamento de Estado dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional diz que, embora a Constituição chinesa, que cita “a orientação do marxismo-leninismo e do pensamento de Mao Tsé-Tung, declare que os cidadãos têm liberdade religiosa”, a liberdade da prática religiosa não é protegida.

Além disso, o relatório observa que somente religiões pertencentes às cinco ‘associações religiosas patrióticas’, que são sancionadas pelo Estado, têm permissão para realizar cultos religiosos. 

“Eu acredito e o presidente Trump acredita que, na ausência de liberdade religiosa, a vida das pessoas ao redor do mundo é muito difícil”, disse Pompeo. “O autoritarismo quase sempre segue a opressão da religião. Tirar a religião da praça pública impulsiona a opressão, impulsiona os regimes autoritários. E por isso tornamos isso uma prioridade”.

O secretário americano acrescentou: “O Partido Comunista Chinês está buscando hegemonia em todo o mundo, e temos a obrigação de fazer o nosso melhor para garantir que a liberdade que valorizamos e a capacidade de exercer nossos direitos humanos não sejam atropeladas pela atividade econômica predatória deles, por seu poder militar ou suas campanhas de desinformação aqui nos EUA”.

Em 2018, o Rev. Bob Fu, ex-líder de uma igreja doméstica que emigrou para os EUA e fundou a agência de perseguição China Aid, disse ao Congresso americano que o governo da China estava decretando um plano de cinco anos para “sincizar” o cristianismo, ou seja, implantar a cultura chinesa dentro da religião.

Uma forma de fazer isso seria com uma nova interpretação da Bíblia, introduzindo  conceitos budistas e socialistas, os fazendo parecer divinamente inspirados.

Pompeo também criticou a China por “tentar eliminar qualquer um que não seja chinês [da etnia] han”.

“O governo dos EUA estima que, desde abril de 2017, o governo chinês deteve arbitrariamente mais de um milhão de uigures, cazaques étnicos, hui e membros de outros grupos muçulmanos, bem como cristãos uigur”, diz o relatório do  Departamento de Estado, que denuncia também o desaparecimento forçado de pessoas, doutrinação política, tortura, abuso físico e psicológico, trabalho forçado e prisões sem julgamento por causa da religião e etnia. 

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