Mike Pompeo exige libertação de jornalista cristã, presa por denunciar coronavírus na China

O secretário de Estado dos EUA afirmou que a prisão da jornalista é uma prova de que a China 'tem medo dos cidadãos que falam a verdade'.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 31 de dezembro de 2020 às 12:55
Mike Pompeo é o atual Secretário de Estado dos EUA (Foto: AFP via Getty Images/TNS)
Mike Pompeo é o atual Secretário de Estado dos EUA (Foto: AFP via Getty Images/TNS)

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, está exigindo a libertação da jornalista cristã chinesa Zhang Zhan, que foi condenada a quatro anos de prisão em razão de sua cobertura sobre a pandemia do coronavírus, no auge do surto de Wuhan. Ele disse que o caso dela é uma evidência de que o Partido Comunista Chinês tem medo de "cidadãos que falam a verdade".

Na última segunda-feira (28), Zhang se tornou a primeira jornalista independente a ser condenada à prisão na China por cobrir o auge do surto de coronavírus em Wuhan, o epicentro, que gerou a pandemia global, atualmente em curso.

A cristã de 37 anos, que via seu trabalho como "a vontade de Deus", relatou sobre as condições daqueles que sofrem de infecções por Covid-19, bem como os bloqueios excessivamente severos implementados pelo Partido Comunista da China.

Em um comunicado na terça-feira, Pompeo condenou a sentença de Zhang e pediu ao governo da China que a libertasse "imediata e incondicionalmente".

“O Partido Comunista Chinês (PCCh) mostrou mais uma vez que fará o que for necessário para silenciar aqueles que questionam a linha oficial do Partido, mesmo com relação a informações cruciais de saúde pública”, disse ele.

De acordo com Pompeo, mentir ou omitir informações é uma “característica e não uma falha” dos regimes autoritários. Ele acusou o Partido Comunista Chinês de restringir e manipular informações sobre o surto de Covid-19 em Wuhan desde o início e silenciar brutalmente outros corajosos profissionais que expuseram a verdade sobre o coronavírus.

“Por causa da flagrante má-fé do Partido Comunista Chinês, o resto do mundo confiou fortemente e sem censura em relatórios de jornalistas cidadãos como Zhang para entender a verdadeira situação em Wuhan, depois que os rígidos controles da mídia impostos pelo Partido foram aplicados e um surto controlável se transformou em uma mortal pandemia", ele disse. “Seu julgamento apressado, ao qual os observadores estrangeiros tiveram acesso negado, mostra o quão temeroso o Partido Comunista está com relação aos cidadãos chineses que falam a verdade”.

Pompeo enfatizou que o "medo da China da transparência e sua repressão contínua sobre as liberdades fundamentais são um sinal de fraqueza, não de força, e uma ameaça para todos nós".

Zhang foi considerada culpada pelo Tribunal Popular da Nova Área de Shanghai Pudong de “provocar brigas e provocar problemas”, uma acusação que o governo chinês normalmente usa contra ativistas de direitos humanos e outros dissidentes. Os promotores a acusaram de publicar "grandes quantidades de informações falsas" e de receber entrevistas para "agitar propositalmente a situação do Wuhan COVID-19".

Fé em meio às lutas

Após sua prisão em maio, Zhang iniciou uma greve de fome no final de junho. Em dezembro, ela estava sofrendo de dores de cabeça, tontura, dores de estômago, uma infecção na garganta e tinha pressão baixa.

Quando um de seus advogados a visitou na prisão, ela disse que gostaria de ter acesso a uma Bíblia e citou 1 Coríntios 10:13, na qual o apóstolo Paulo disse: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar”.

Michael Pillsbury, do Instituto Hudson, disse à Fox News na última quarta-feira (30), que Zhang é uma "heroína" por expor "uma grande quantidade de coisas que a China não quer que as pessoas saibam".

“Isso fere o interesse da China e desperta uma raiva realmente bipartidária da China”, disse ele. “Parece não haver limite para o que eles farão para reprimir o que quer que tenha acontecido com o vírus em janeiro. Isso permanece um mistério. Não houve explicação para isso”.

Pillsbury disse que o caso traz maiores preocupações e questões sobre como o novo governo Biden vai lidar com a China e combater a grande nação comunista.

“Temos que tomar medidas, providências, sanções, punições contra a China. Não podemos simplesmente nos safar com sinais de virtude, condenando a China retoricamente e depois não fazer nada”, disse ele. “Ainda tratamos a China como um amigo de várias maneiras. Isso tem que mudar”.

Embora Zhang tenha sido a primeira entre os jornalistas cidadãos conhecidos a enfrentar processos judiciais por fazer seu trabalho, outros jornalistas cidadãos que cobriram o surto simplesmente “desapareceram”, sem explicação, incluindo Fang Bin, Chen Qiushi e Li Zehua.

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