“Minha primeira missão foi mostrar que Deus existe”, diz Alan Ruschel após tragédia

Oito meses após a queda do avião da Chapecoense, o sobrevivente fala sobre sua fé e gratidão a Deus.

Fonte: Guiame, com informações de Diário CatarinenseAtualizado: segunda-feira, 31 de julho de 2017 às 15:43
Alan Ruschel treinando com bola na Arena Condá, em Chapecó. (Foto: Angélica Lüersen)
Alan Ruschel treinando com bola na Arena Condá, em Chapecó. (Foto: Angélica Lüersen)

Oito meses depois da queda do avião da Chapecoense, o sobrevivente Alan Ruschel está prestes a voltar aos gramados. O lateral-esquerdo retornará aos jogos no amistoso com o Barcelona, marcado para o dia 7 de agosto, na Espanha.

O sentimento de retomar as atividades no esporte é de gratidão, segundo revelou o atleta em entrevista ao Diário Catarinense. “[Tenho] o sentimento de agradecimento a Deus por me dar uma segunda chance de fazer aquilo que eu mais gosto. Foi uma alegria muito grande sentir tudo isso de novo”.

Alan foi um dos seis sobreviventes do avião da Chapecoense que caiu a caminho de Medellín, na Colômbia, matando 71 pessoas. Mesmo tendo enfrentado a maior tragédia de sua vida, o jogador permanece grato a Deus.

“Só Deus mesmo por ter me deixado aqui, por estar realizando esse sonho de novo. A coisa que eu mais amo e sei fazer é jogar futebol. Depois de tudo o que aconteceu, de toda essa tragédia, eu quero servir de exemplo para muita gente. Exemplo de superação, de força, de uma pessoa que busca o seu objetivo”, afirmou Alan.

O milagre vivido por Alan após a queda do avião apenas reforçou sua fé. “Eu nunca questionei a Deus o porquê de tudo isso. Eu tento transformar esse ‘por que’ em ‘para que’ eu fiquei aqui. A minha primeira missão foi mostrar que Deus existe. Não tem outra explicação. Foi um milagre de Deus”, destacou o atleta.


Jackson Follmann, Alan Ruschel, Neto e Rafael Henzel são os sobreviventes brasileiros da tragédia. (Foto: Silvia Izquierdo/Associated Press)

O jogador lembra que, de início, os médicos deixaram claro que havia uma grande possibilidade de ele não voltar mais a atuar no futebol. Mas com fé, empenho e apoio ele conseguiu superar as limitações físicas. “Quando saí do hospital de Chapecó, vi que eu queria voltar a jogar e passaria mais uma vez por esse obstáculo. Recebi o apoio da minha família, minha esposa, de todo mundo no clube e de todos que oraram por mim”.

“Nunca sabemos o que vai acontecer daqui cinco minutos. Então, procuro viver bem e melhor a vida. Procuro aproveitar da melhor maneira possível. Antes, a gente deixava as coisas para depois. Então, o que eu posso fazer agora, não deixo de fazer. Não adio mais nada na minha vida. Procuro aproveitar tudo do melhor jeito possível, é isso que prevalece. E agradecer sempre a Deus, porque a gratidão é o exemplo mais bonito que existe na vida”, alan reflete.

Para ele, falar no assunto já é menos doloroso. “Hoje já me sinto um pouco mais tranquilo. Logo no começo, a emoção vinha, e falar de todos que perdemos... Mas me sinto mais tranquilo, até porque a minha vida precisa continuar. As pessoas da minha família precisam de mim”, conta.

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