Músico é condenado a 25 anos de prisão por queimar 3 igrejas nos EUA

Holden Matthews declarou-se culpado das acusações em fevereiro passado, durante audiência em frente a um juiz.

Fonte: Guiame, com informações do UOLAtualizado: terça-feira, 3 de novembro de 2020 às 17:18
O músico Holden Matthews ateou fogo a três igrejas predominantemente afro-americanas. (Foto: Reprodução / Fox23)
O músico Holden Matthews ateou fogo a três igrejas predominantemente afro-americanas. (Foto: Reprodução / Fox23)

Um homem de 23 anos da Louisiana, nos EUA, foi condenado a passar 25 anos na prisão por incendiar três igrejas pertencentes à comunidade afro-americana, no que promotores afirmam ter sido uma tentativa de elevar o perfil dele como músico de black metal.

Holden James Matthews ateou fogo às igrejas dentro de um período de 10 dias, sendo a última em abril de 2019. Além da pena, ele também será obrigado a pagar uma dívida de US$ 2,7 milhões (mais de R$ 15 milhões) às comunidades religiosas afetadas pelos crimes.

Matthews declarou-se culpado das acusações em fevereiro, durante audiência em frente a um juiz. Ele foi enquadrado em três violações ao Ato de Prevenção ao Incêndio Contra Igrejas e culpado pelo uso de fogo para cometer crime, que é, em si, também uma infração.

Os promotores não mencionaram raça como um fator determinante para o crime cometido por Matthews, mas incêndios a igrejas no sul dos EUA remetem a um histórico de crimes com motivação racista.

"Essas igrejas sobreviveram por quase 150 anos, mas não sobreviveram ao ato distorcido de ódio do acusado", afirmou o promotor-geral assistente da divisão de direitos humanos do Departamento de Justiça, Eric S. Dreidband.

De acordo com o jornal local The Acadiana Advocate, Matthews aproveitou a audiência em que foi condenado para se direcionar aos representantes das igrejas e pedir desculpas: "Se eu pudesse voltar e mudar o que fiz, eu o faria", teria dito o homem.

Greater Union Baptist Church em Opelousas, Louisiana, depois de ter sido danificada em um incêndio em 2 de abril de 2019. (Foto: William Widmer / The New York Times)

Matthews ainda se declarou culpado de outras seis acusações em esfera estadual, todas ligadas aos incêndios. Elas incluem incêndio agravado de um prédio religioso e três infrações por crimes de ódio. Todas essas sentenças ainda estão pendentes.

Segundo o homem, as igrejas se tornaram alvo por conta do caráter religioso dela. Ele afirmou que tentava reproduzir atos similares que aconteceram na Noruega, na década de 1990, para elevar o status dele em meio à comunidade de black metal, gênero derivado do heavy metal, famoso por trabalhar temáticas de oposição aos dogmas religiosos judaico-cristãos.

Mentalidade adolescente

Matthews publicou fotos e vídeos dos incêndios às igrejas em sua conta do Facebook, além de ter discutido sobre os crimes em trocas de mensagens com um amigo. Segundo a promotoria, ele chega a brincar sobre qual seria o nome de uma eventual produtora de discos, fazendo menção aos crimes: "Músicas para queimar ouvindo".

Ruínas da Igreja Batista Mount Pleasant em Opelousas, Louisiana [dir]; Holden James Matthews posa para a capa do álbum usando a igreja queimada como pano de fundo [esq]. (Foto: Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Distrito Oeste da Louisiana)

Segundo um dos advogados de Matthews, Dustin Charles Talbot, em pronunciamento feito em fevereiro, o homem tem um desenvolvimento social e mental de um adolescente, e os crimes não foram motivados por ódio racial. "Ele agora entende completamente a seriedade e gravidade das ações", disse.

A prisão de Matthews aconteceu depois que investigadores descobriram que o cartão de débito do jovem foi usado para comprar uma lata de gasolina, encontrada no local de um dos incêndios.

 

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