Após receber críticas e elogios, o prefeito Ariquemes (RO), Thiago Flores (PMDB) afirmou que não se arrepende de ter ordenado a retirada de páginas de livros didáticos que falavam sobre o casamento gay e promoviam a ideologia de gênero. Ele afirmou que sua decisão é apenas a aplicação de uma ordem já decretada na administração passada, quando os livros já haviam sido proibidos nas escolas.
"Na minha gestão, a prefeitura adotou a medida de distribuir o material didático, após a supressão das páginas com ideologia de gênero e evitar mais prejuízo no aprendizado dos alunos. Não me arrependo dessa atitude", destacou o prefeito em depoimento ao G1.
Thiago Flores também afirmou que a decisão foi democrática, considerando que a maioria da população da cidade já havia se manifestado contra o material didático.
"Fui pautado pela vontade dos ariquemenses. O assunto foi discutido amplamente pela população, que pediu a retirada do conteúdo sobre diversidade familiar, como casamento e adoção de crianças por homossexuais dos livros escolares do ensino fundamental. Minha decisão foi participada com todos e não tomada dentro do meu gabinete", esclareceu.
O caso acabou ganhando repercussão nacional após a prefeitura anunciar a decisão de retirar as páginas dos livros. Entre aprovações e protestos, a medida acabou até sendo classificada como homofóbica. "Nunca foi intenção da prefeitura pregar a cultura do ódio, gerar essa polêmica, discutir homofobia", disse Thiago.
O prefeito chegou a ser convidado pelo Ministério Público para assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para que as páginas não fossem removidas dos livros. Thiago Flores se reuniu com a promotoria na tarde da última sexta-feira (27), mas se recusou a firmar o acordo.
"Na qualidade de representante legítimo, eleito pelo povo, pela voz da maioria, nossa resposta será no âmbito da administração pública, por isso não assinei o TAC", afirma.
O prefeito informou que a administração ainda não sabe como fará a remoção do conteúdo dos livros didáticos, mas garantiu que o fato não resultará em "retrocesso pedagógico" e também assegurou que nenhuma criança ficará sem livros.
A decisão será oficialmente anunciada no dia 2 de fevereiro, que foi o prazo estabelecido pelas promotoras da cidade.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições