A Nicarágua deixou o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas após um relatório da ONU condenar a perseguição religiosa no país.
O documento, divulgado dois dias antes da saída da nação do Conselho, afirmou que o governo de Daniel Ortega tem suprimido a democracia e as liberdades individuais, e reprimido igrejas e líderes.
Uma das especialistas do relatório, Ariela Peralta, declarou que o regime está literalmente "em guerra com seu próprio povo".
Ortega rejeitou o documento, alegando que as informações são falsas e que organizações internacionais, incluindo a ONU e a Organização dos Estados Americanos, estão realizando uma campanha de difamação contra ele.
O regime de Daniel Ortega tem se tornado cada vez mais autoritário, com a nomeação de sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente e colocando os poderes legislativo e judiciário sob seu controle.
Aumento da perseguição
Mais de 256 igrejas evangélicas foram fechadas pelo governo nos últimos quatro anos, segundo a organização de direitos humanos Nicarágua Nunca Más.
Pelo menos 200 líderes religiosos fugiram do país. Mais de 20 foram foram destituídos de sua cidadania e 65 foram indiciados por conspiração e outras acusações.
Segundo o diretor do ministério Mountain Gateway, John Britton Hancock, que também foi alvo do governo Ortega, há 100 pastores presos neste momento.
Desde 2018, o governo fechou mais de 5.400 ONGs, sendo que várias delas eram cristãs.
A Portas Abertas relatou que a comunidade cristã nicaraguense tem se oposto ao regime de Ortega há anos, com líderes cristãos criticando a repressão violenta de manifestantes e as restrições à liberdade de expressão.
Os cristãos se tornaram alvos de repressão e restrições em sua liberdade religiosa. Em meio a perseguição crescente, muitos estão se reunindo nas casas para poder cultuar a Deus sem chamar a atenção das autoridades.
Quase mil ataques contra a Igreja
A advogada Martha Patricia Molina, pesquisadora e autora do relatório "Nicarágua: uma Igreja Perseguida?”, já registrou quase mil ataques da ditadura contra a Igreja desde 2018.
Organizações internacionais registram há anos o declínio da liberdade religiosa na Nicarágua.
Em 2019, o Departamento de Estado dos EUA colocou o país na Lista Especial de Observação para violações da liberdade religiosa. Em 2022, a Nicarágua entrou na lista de "Países de Preocupação Particular", uma classificação mais grave que provoca sanções.
O grupo de defesa da liberdade religiosa Christian Solidarity Worldwide também documentou 222 casos de perseguição no país.
A Nicarágua ocupa a 30ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.
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