Nove cristãos são mortos em ataque a ônibus, após se recusarem a recitar prece muçulmana

Os cristãos teriam sido separados dos muçulmanos e mortos a tiros por terroristas ligados ao Al-Shabaab, segundo as fontes.

Fonte: Guiame, com informações da International Christian ConcernAtualizado: terça-feira, 10 de dezembro de 2019 às 17:19
Ataques terroristas a ônibus tornaram-se comuns no Quênia. (Foto: picture-alliance/dpa)
Ataques terroristas a ônibus tornaram-se comuns no Quênia. (Foto: picture-alliance/dpa)

Pelo menos 9 passageiros cristãos foram assassinados enquanto se deslocavam entre as cidades de Nairóbi e Mandera, no Quênia. Eles teriam sido separados dos muçulmanos e mortos por não recitar o Shahadah, uma declaração de fé islâmica.

O crime aconteceu em Kotulo, uma cidade que faz parte do percurso da viagem, no nordeste do Quênia. Um policial queniano confirmou o incidente à organização International Christian Concern (ICC) nesta segunda-feira (9).

“Os passageiros do ônibus pertencente à Medina Bus Company, viajando entre Wajir e Mandera, foi atacado por uma gangue criminosa por volta das 17h30. O ataque aconteceu na área Maadathe, a cinco quilômetros de Kotulo. Acredita-se que vidas foram perdidas”, disse o policial, que manteve sua identidade anônima.

De acordo a fonte, os militantes separaram os passageiros em grupos, tendo como alvo os não-moradores. Nove dos passageiros que não recitaram o Shahadah foram colocados para fora do ônibus e mortos a tiros por terroristas que estão supostamente vinculados ao Al-Shabaab. Há dois passageiros desaparecidos, que acredita-se também estarem mortos. 

O governador de Mandera, Ibrahim Ali Roba, lamentou o ataque terrorista. “É extremamente triste e humanamente preocupante saber que, mais uma vez, eles segregaram moradores de não-moradores antes de matar aqueles que acreditavam ser não-moradores”.

Histórico de ataques

É comum no nordeste do Quênia os ataques terroristas a ônibus, onde passageiros são separados por identidade religiosa e cristãos são mortos.

Em 2018, dois homens foram mortos de forma semelhante por se recusar a recitar o credo islâmico ao longo da rodovia Garissa Masalani.

Em 2015, 148 estudantes da Universidade de Garissa foram mortos por homens armados, depois que os estudantes muçulmanos foram libertados. No mesmo ano, um professor muçulmano, Salah Farah, foi baleado por defender os passageiros cristãos que estavam sendo separados para execução pelo Al-Shabaab.

Em 2014, 28 professores que viajam a Nairobi para o feriado de Natal foram mortos depois de serem forçados a recitar a declaração islâmica de fé.

“Nós oramos pelas famílias dos falecidos e para que a paz chegue a uma região que tem visto o aumento da violência contra os cristãos, que estão apenas tentando sobreviver”, disse Nathan Johnson, gerente regional da ICC para a África.

“Esperamos que o governo tome medidas eficazes para parar a matança sem sentido de tantos cristãos no Quênia nas mãos de extremistas islâmicos como o Al-Shabaab. Louvamos a Deus como refúgio e torre forte que Ele é para os nossos irmãos perseguidos e irmãs em Cristo, que continuam a suportando tanto”, Johnson acrescentou.

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