Obama responde ataque na Califórnia: "Destruiremos a milícia do Estado Islâmico"

Em raro pronunciamento feito em horário nobre no Salão Oval da Casa Branca, o governante prometeu que a facção terrorista Estado Islâmico (EI) será destruída.

Fonte: Guiame, com informações de Folha de São PauloAtualizado: segunda-feira, 7 de dezembro de 2015 às 11:35
O presidente americano, Barack Obama, durante pronunciamento ao vivo direto da Casa Branca. (Foto: Saul Loeb/Efe)
O presidente americano, Barack Obama, durante pronunciamento ao vivo direto da Casa Branca. (Foto: Saul Loeb/Efe)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi a público neste domingo (6) para tentar tranquilizar os americanos em meio ao clima de tensão criado pelo atentado na Califórnia, que deixou 14 mortos na semana passada. No discurso, o governante prometeu que a facção terrorista Estado Islâmico (EI) será destruída.

"A ameaça terrorista é real, mas nós a venceremos. Nós destruiremos a milícia do EI e outras organizações que tentam nos atingir. Nosso sucesso não depende de falar duro, de abandonar nossa ideologia, ou de ceder ao medo", afirmou Obama em raro pronunciamento feito em horário nobre no Salão Oval — seu gabinete de trabalho na Casa Branca, em Washington.

O discurso não indicou uma mudança de direção nas estratégias, mas serviu para o presidente reiterar as ações de seu governo contra o EI, como ofensivas aéreas e coordenação entre aliados para conter a propagação da ideologia venenosa do grupo terrorista. Obama descartou o envio de tropas terrestres dos EUA.

"A ameaça terrorista evoluiu para uma nova fase. Eu sei que, depois de tanta guerra, muitos americanos estão se perguntando se estamos sendo confrontados por um câncer que não tem cura imediata", disse o presidente.

Segundo Obama, o FBI (Agência Federal de Investigação) ainda está investigando o atentado da última quarta-feira (2) na cidade de San Bernardino, na Califórnia. Na ocasião, um casal de muçulmanos invadiu um centro comunitário em que um deles trabalhava e matou 14 pessoas a tiros.

O presidente não hesitou em chamar o atentado de "ato terrorista" e afirmou que os dois assassinos, mais tarde mortos num tiroteio com a polícia, haviam sido "radicalizados" por uma ideologia extremista.

Uma das medidas anunciadas por Obama para a contenção de atentados está na revisão do processo de concessão de vistos. Parceira no atentado da Califórnia, a paquistanesa Tasfeen Malik, estava nos EUA com um visto de cônjuge obtido após casar com seu cúmplice, Syed Farook.

As autoridades americanas anunciaram que Malik jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico, em uma rede social, pouco antes do atentado.

Insegurança

No início da presidência de Obama, a sensação entre a maioria dos americanos era de que seu governo inicialmente menosprezava o EI e não soube elaborar uma estratégia eficiente para destruir o grupo terrorista.

Em uma pesquisa realizada antes do ataque de San Bernardino, mas divulgada neste domingo, 60% dos entrevistados reprovaram a política do governo Obama contra o terrorismo.

O levantamento também mostrou um endurecimento da opinião pública após os atentados em Paris — pela primeira vez, mais de metade (53%) se disse a favor do envio de tropas terrestres americanas para combater o EI.

O pronunciamento de Obama, que foi apenas o terceiro pronunciamento à nação feito no Salão Oval da Casa Branca em seus sete anos na presidência, foi visto como uma resposta à sensação de insegurança da população. Discursos no gabinete de trabalho do presidente geralmente são reservados para comunicados de suma importância.

Um dos mais marcantes da história recente foi o realizado pelo presidente George W. Bush, em 2003, anunciando a invasão americana do Iraque. A operação militar, para muitos analistas, criou o caos que permitiu o surgimento do Estado Islâmico. 

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