Obama visita mesquita dos EUA para mostrar o "outro lado do islamismo" aos americanos

Obama declarou que os ataques contra o islamismo eram como um ataque a todas as religiões e lamentou a "retórica política imperdoável" contra os muçulmanos, promovida por Donald Trump e outros candidatos presidenciais republicanos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016 às 13:16

O presidente Barack Obama fez sua primeira visita a uma mesquita norte-americana, na última quarta-feira (3), em um esforço para acalmar os receios dos americanos acostumados aos "retratos que a cultura pop faz de muçulmanos como terroristas" e para tranquilizar os jovens americanos muçulmanos sobre o seu lugar na nação.

Obama declarou que os ataques contra o islamismo eram como um ataque a todas as religiões e lamentou a "retórica política imperdoável" contra os muçulmanos, promovida por Donald Trump e outros candidatos presidenciais republicanos.

"Nós temos que entender que um ataque a uma só fé é um ataque a todos os nossos credos", disse ele na mesquita próxima a Baltimore - a qual teria recebido ameaças duas vezes no ano passado. "Quando qualquer grupo religioso é o alvo, todos nós temos a responsabilidade de falar".

Trump, o principal candidato republicano, apelou para uma proibição temporária sobre a entrada muçulmanos nos Estados Unidos, depois que autoridades descreveram um casal da Califórnia, que matou 14 pessoas em dezembro do ano passado (2015) como muçulmanos radicalizados, inspirados por militantes Estado Islâmico.

A visita de Obama foi destinada a mostrar aos americanos, "o outro lado do islamismo". Antes que ele falasse, escoteiros que frequentam uma escola dirigida pela mesquita astearam as bandeiras do estado americano e Maryland no hall de orações - uma sala plana, rodeada de três fileiras de vidros - 99 ao todo - cada um representando um dos nomes de Alá em árabe.

"Pense na sua própria igreja ou sinagoga ou templo... e uma mesquita como esta lhe será muito familiar", disse Obama, que estava vestindo uma bata islâmica e, na sequência, tirou os sapatos para entrar na sala de orações.

As crianças junto a alguns homens lideraram o público em uma breve cerimônia, com orações e a maioria das mulheres usavam lenços na cabeça, conforme o Juramento de Fidelidade. Um homem e uma mulher recitaram um versículo do Corão sobre a tolerância e inclusão.

Apesar de se declarar cristão, Obama delineou os princípios do Islã, e contou resumidamente, a história dos muçulmanos nos Estados Unidos. Ele observou que o ex-presidente e autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos, Thomas Jefferson mencionou especificamente os muçulmanos, quando ele falou sobre o direito americano à liberdade de religião.

"Os oponentes de Thomas Jefferson tentaram agitar as coisas, sugerindo que ele fosse um muçulmano. Então eu não fui o primeiro", disse Obama, que tem sido acusado de secretamente seguir o islamismo. "Estou em boa companhia", disse ele.

Obama pediu que uma fileira de membros do serviço militar americanos/muçulmanos se posicionasse, enquanto Ibtihaj Muhammad - intengrante da equipe de esgrima dos EUA, que será a primeiro atleta olímpica americana a competir usando um hijab (lenço que as muçulmanas usam na cabeça), no Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deste ano.

O presidente também falou que a cultura pop tem espalhado representações de muçulmanos como terroristas.

"Nossos programas de televisão devem ter alguns personagens muçulmanos que não estão relacionados à segurança nacional", disse Obama.

Falando sobre os grupos extremistas como o Estado islâmico, ele os caracterizou como "versões pervertidas do islamismo". Obama pediu aos muçulmanos regulares que "mostrem quem eles são" e usou um pouco de uma expressão comum no cristianismo dos EUA: "Deixe sua luz brilhar".

Obama também exortou os jovens muçulmanos a não abraçarem uma visão de mundo que lhes obriga a escolher entre a fé e patriotismo.

"Você se encaixa aqui. Bem aqui", disse ele. "Você não é muçulmano ou americano. Você é muçulmano e norte-americano".

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