Pais protestam contra suspensão de professor cristão e doutrinação do governo

Entre as reclamações estão a censura à liberdade de expressão e a ideologia de gênero.

Fonte: Guiame, com informações de CBN NewsAtualizado: quinta-feira, 24 de junho de 2021 às 17:57
Professor é colocado de licença por se opor à política trans de escola e pais se revoltam. (Foto: Montagem Guiame/LCPS/Tara Mergender/CBN News)
Professor é colocado de licença por se opor à política trans de escola e pais se revoltam. (Foto: Montagem Guiame/LCPS/Tara Mergender/CBN News)

Na noite de terça-feira (22), pais e residentes decidiram fazer um protesto em frente ao Conselho Escolar do Condado de Loudoun, na Virgínia (EUA). Eles se reuniram para reclamar sobre as novas propostas políticas que expressam uma forte linha esquerdista.

“Eles estão abusando emocionalmente de nossos filhos”, disseram os pais. Entre as reclamações estão a censura à liberdade de expressão, a discriminação de crianças com base na raça e a doutrinação através da ideologia de gênero. 

A indignação também foi alimentada pela decisão do conselho de apelar de uma ordem judicial para reintegrar um professor que se manifestou contra a política trans sugerida. 

Caso do professor cristão

O professor de educação física, Tanner Cross, de uma escola primária na Virgínia, foi colocado em licença após se recusar a afirmar que “um menino biológico pode ser uma menina e vice-versa”. 

Durante uma reunião do conselho escolar do Condado de Loudoun, ele aproveitou para expor sua oposição sobre as políticas de gênero da escola, justificando que jamais mentiria a seus alunos.

Além disso, o professor alertou sobre os perigos da transição de gênero, apontando para muitos jovens arrependidos que sofrem agora as consequências da “destransição”. 

Seu destino como profissional ainda permanece incerto, depois que houve uma apelação contra o pedido de um juiz que defendeu sua reintegração à equipe. O juiz distrital, James Plowman, emitiu uma liminar temporária declarando que o professor estava exercendo seu direito à liberdade de expressão. 

Em comunicado, o Conselho do Condado disse que “discorda respeitosamente” da decisão do tribunal de emitir a liminar e apelou da decisão. Sendo assim, agora o Condado é o marco zero para um número crescente de debates nacionais sobre políticas escolares polêmicas.

Doutrinação forçada pelo governo

Antes do confronto do lado de fora, houve uma reunião interna com centenas de pais, na noite de terça-feira, quando um deles disparou: “A realidade é que não se trata de uma educação dirigida pelos pais, mas de uma doutrinação forçada pelo governo”, disse Ryan Bomberger.

Conforme a Fox News, uma mulher que se identificou como “mãe de um trans” foi vaiada ao dizer que “o ódio estava pingando dos seguidores de Jesus” naquela sala. A reunião foi suspensa por conta das “explosões” e dos ânimos alterados.

Depois que o conselho ouviu vários pais criticando suas ações, o ex-senador republicano do estado da Virgínia, Dick Black, se aproximou do microfone e disse: “Você retaliou contra Tanner Cross (professor cristão) tirando-o do ensino por se dirigir a uma audiência pública deste conselho”, começou.

“O juiz ordenou que você reintegrasse o Sr. Cross, porque se os comentários dele não são acolhidos, então a liberdade de expressão não existe. É absurdo e imoral os professores chamarem os meninos de meninas, e as meninas de meninos”, continuou.

“Você está fazendo os professores mentirem para os alunos. E até as crianças sabem que isso é errado. Este conselho tem uma história sombria de suprimir a liberdade de expressão”, reclamou.

“Eles o pegaram em flagrante com uma lista de inimigos para punir os oponentes da Teoria Crítica da Raça. Você está ensinando as crianças a odiar os outros por causa da cor da pele. E as está forçando a mentir sobre o sexo das outras crianças. Estou enojado por sua intolerância e sua depravação”, exclamou.

O Conselho desligou o microfone antes que Black pudesse terminar. Os presentes se levantaram e aplaudiram as palavras do ex-senador, enquanto os organizadores impediram que continuassem os comentários públicos. Mas os pais continuaram a se manifestar durante horas e o Conselho saiu da sala.

Depois que o conselho escolar foi embora, o gabinete do xerife do Condado de Loudoun declarou a reunião “uma assembléia ilegal” e pediu a todos que se retirassem. Um homem foi preso, outro foi multado por invasão de propriedade e outro foi ferido, de acordo com autoridades policiais e a NBC.

Pais em defesa dos filhos

As vozes dos pais de Virgínia têm sido as mais barulhentas, com um número cada vez mais crescente de protestos contra o sistema “que está doutrinando as crianças com uma agenda antiamericana”. 

Atualmente, esses pais estão ganhando manchetes por conta das reuniões explosivas com o Conselho Escolar, que incluem pais irados lendo trechos de “livros proibidos para menores” e que constam na lista de leitura obrigatória do ensino médio. 

"Eles são pervertidos", disse Natasha Grover, uma mãe. “Não há outra explicação razoável para que adultos exponham os filhos de outras pessoas a conteúdo sexual”, explicou.

Grover faz parte de um grupo crescente de pais de Loudoun que acusam os membros do Conselho Escolar por ferir a liberdade religiosa e os valores familiares tradicionais. 

“Eles estão ensinando às crianças a odiarem os próprios pais”, disse Mike Miller, do Discerning the Faith Ministries. Muitos pais também estão apontando para um “currículo racial”. “É abusivo e discrimina a cor de uma pessoa”, gritou Shawntel Cooper em uma reunião do conselho escolar no mês passado. 

Patti Menders está entre aqueles que insistem que os alunos estão se acostumando com a política. “Meus pais fugiram da Cuba comunista em 1961, e eu fui ensinado desde muito jovem a reconhecer o socialismo. O que eles fazem? Eles atingem primeiro as crianças”, concluiu Menders. 

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