Pastor russo pede orações após ataque terrorista em Moscou

Segundo autoridades, 4 homens foram presos, após o ataque terrorista que matou e feriu centenas de pessoas na Rússia.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist e BBC NewsAtualizado: segunda-feira, 25 de março de 2024 às 13:15
Piotr Mickiewicz: “Continuemos a orar pela paz nos corações das pessoas”. (Captura de tela/YouTube/Baptist Tv)
Piotr Mickiewicz: “Continuemos a orar pela paz nos corações das pessoas”. (Captura de tela/YouTube/Baptist Tv)

O presidente da Igreja Evangélica russa, Piotr Mickiewicz, manifestou condolências e orações após o ataque terrorista que matou 137 pessoas, incluindo três crianças, em um show em Moscou.

“Que o Senhor tenha misericórdia de todos aqueles que sofrem. Oremos pela consolação de Deus. Que as guerras e os conflitos acabem”, disse Mickiewicz.

“Continuemos a orar pela paz nos corações das pessoas, pela paz nas famílias, nos países e pela paz entre as nações”, continuou o líder batista. 

Segundo o pastor russo, “infelizmente, há muito ódio, ressentimento e tristeza neste momento difícil. Na véspera da Páscoa, lembro a todos do Salvador e Reconciliador, Jesus Cristo”.

Ataque mortal

O ataque terrorista na Prefeitura de Crocus, em Moscou, aconteceu na última sexta-feira (22), com o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico assumindo a autoria do atentado em seu canal no Telegram.

O grupo radical sunita divulgou um vídeo do ataque como prova de sua participação no ataque mortal. Os agressores também incendiaram o complexo.

Homens armados invadiram uma sala de concertos e mataram dezenas de tiros. (Captura de tela/YouTube/BBC News)

Segundo os EUA, que dias antes haviam advertido seus cidadãos na Rússia a evitar espaços públicos devido à ameaça de um ataque "extremista", a mensagem do grupo terrorista é verdadeira.

Prisões

No domingo (24), a Rússia apresentou quatro suspeitos do ataque, que, além dos 137 mortos, deixou mais de 100 feridos. Eles foram acusados perante o tribunal de "cometer atos de terrorismo".

Testemunhas relataram à BBC que indivíduos vestidos de marrom invadiram o Crocus City Hall pouco antes das 20h de sexta-feira, abrindo fogo com rifles de assalto e lançando coquetéis molotov contra a plateia durante um show da banda de rock Picnic.

Agências de notícias russas informaram que o presidente Vladimir Putin soube no sábado que os quatro suspeitos pelo ataque foram detidos perto da fronteira ocidental da Rússia com a Ucrânia.

Segundo informaram os meios de comunicação estatais, outras sete pessoas foram detidas e a busca por outros cúmplices continua.

‘Inimigos da fé muçulmana’

Nos últimos anos, a propaganda do Estado Islâmico tem retratado o presidente russo como um inimigo dos muçulmanos, além de ser uma fonte de perseguição contra eles tanto na Rússia quanto no exterior.

“A luta dos Estados Unidos e do mundo democrático com potências autoritárias (Rússia, Irã e China) se intensificou em meio às guerras na Ucrânia e em Gaza. Mas para o Estado Islâmico, todos são inimigos da fé muçulmana, e todos devem ser destruídos”, escreveram dois especialistas em Estado Islâmico no Wall Street Journal.

“A estratégia do Estado Islâmico é atacar não com muita frequência, mas com precisão”, explica Riccardo Valle, especialista em islamismo e diretor do centro de estudos Khorasan Diary, em Islamabad, no Paquistão.

“O Estado Islâmico está disposto a esperar pacientemente pelo momento certo para atacar”, acrescenta.

Mais ataques

“Hoje eles estão em Moscou. Há pouco tempo, estiveram no Irã. Haverá mais ataques, possivelmente em outras capitais”, afirma o analista militar Murat Aslan, que é ex-coronel do Exército turco, à rede Al Jazeera.

“A atitude das autoridades em relação aos migrantes certamente contribui para a radicalização do Estado Islâmico", disse Kadyr Toktogulov, ex-embaixador do Quirguistão em Washington, ao Wall Street Journal.

Os especialistas concordam que o Estado Islâmico e seus simpatizantes considerarão os ataques deste ano na Rússia e no Irã como uma estratégia de marketing significativa, destinada a auxiliar a organização a restaurar sua imagem como uma ameaça global e a impulsionar seus esforços de recrutamento.

“Apesar destes ataques, este é um ano difícil para o Estado Islâmico, repleto de fracassos”, acrescenta Mina Al-Lami.

Vítimas em hospitais

A busca por corpos sob os escombros do complexo está em andamento. Autoridades mencionaram anteriormente que o número de vítimas pode aumentar consideravelmente.

O governador local informou que 121 pessoas ainda estão hospitalizadas.

Os investigadores relataram ter encontrado mais de 500 cartuchos de munição, 28 carregadores e dois rifles de assalto Kalashnikov no local.

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