Na última quarta-feira (4), foi ao ar mais uma edição do programa 'Conversa com Bial', na qual o apresentador conversou sobre as recentes eventos de 'arte' que geraram polêmica por envolver a exposição de imagens que promoviam a pedofilia, zoofilia e desrespeito a elementos religiosos, como por exemplo a exposição "Queermuseu" (realizada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre) e também o '35º Panorama da Arte Brasileira – 2017' (realizado no Museu de Arte Moderna, em São Paulo).
Já na introdução dos vídeos do programa, o site Gshow parafraseou o apresentador, sugerindo que tais eventos só geraram polêmica, devido ao "lado 'politicamente correto' e seus excessos".
Participaram do programa o curador de exposições Marcello Dantas, a psicóloga Rosely Sayão, o escritor Leandro Narloch, o editor Carlos Andreazza e o articulista Ricardo Rangel.
Quando questionada sobre a acusação de que o fato de permitir que uma criança tocasse um homem nu durante o '35º Panorama da Arte Brasileira – 2017' implicaria em um caso de pedofilia, Rosely Sayão ironizou.
"Nossa! Se houve eu não sei mais o que é pedofilia [risos]. Claro que não. Sequer havia qualquer traço de erotismo naquela performance. Havia um homem nu e pronto, só isso", disse. "Pedofilia é qualquer ato, atitude... pode ser um discurso também, que incite uma criança a ter atos eróticos com outra pessoa um adulto".
Após Bial fazer uma pergunta sugestiva de que "a exposição do vídeo da criança nas redes sociais a teria prejudicado mais" do que fato da garota de cerca de quatro anos ter tocado o artista nu, a psicóloga citou a psicanalista francesa Françoise Dolto, que diz: "Nenhum ato em si, por mais nefasto que seja, é prejudicial ao desenvolvimento da criança. Depende da maneira como lhe tem desdobrado"
"No caso aqui, foi uma maneira péssima, porque a gente colocar uma criança dessa em exposição, de repente ela vai pensar - suponho eu - 'O que foi que eu fiz de errado?'. E a mãe em alguns momentos também deve chegar a pensar: 'Será que eu errei?", disse Rosely.
"Guerra política"(?)
O curador de exposições Marcello Dantas destacou que aqueles que protestaram contra estes tipos de evento de "arte" têm motivações meramente de políticas e não de defender realmente as crianças.
"É a nudez o problema disso? Será que é isso que está incomodando tanto as pessoas? Pelo amor de Deus, que país é esse? De verdade, o que eu acho que está em jogo aqui é poder. Eu acho que é uma disputa política. Eu acho que está se buscando todo tipo de bode expiatório para colocar diante de um cenário onde você tem um vazio de líderes com bom senso, existem grupos que estão organizados, tentando ir atrás de qualquer espécie de bode expiatório", afirmou.
Em sua resposta Marcello também criticou as ações do Movimento Brasil Livre, que tem protestado contra esses tipos de exposição que envolvem pedofilia e desrespeito a elementos religiosos.
"Se essas pessoas estão de fato atrás de proteger as crianças, vão olhar o turismo sexual no Nordeste, que todo brasileiro sabe que existe e é muito fácil de se achar nas ruas. Cadê esses corajosos do MBL, que podem sair por aí para defender as crianças brasileiras?", destacou.
Manipulação
Segundo a psicóloga Marisa Lobo, o programa apresentado por Pedro Bial foi tendencioso, pois tentou mostrar que a pedofilia é "algo normal".
"A Globo agora está tentando fazer você aceitar como normal uma criança tocar um adulto nu em nome da arte?", questionou. "O programa foi manipulador, mentiroso , ativista, Bial foi infelizmente um idiota útil nas mãos de uma esquerda libertina e cruel que não poupa esforços para destruir o povo de bem que luta para conservar seus valores e proteger suas crianças".
A intepretação do Promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Cleber Couto, também acaba revelando que a interpretação que Rosely Sayão deu no programa que foi ao ar na última quarta ficou um tanto incompleta e poderia de fato enquadrar o evento do MAM em um caso de pedofilia.
Citando o artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente que trata sobre a pedofilia, Couto explicou que a lei "não deve ser interpretada restritivamente, mas sim extensivamente".
"Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão 'cena de sexo explícito ou pornográfica' compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais", destacou.
Sendo assim, Couto lembrou que a interpretação de um caso de pedofilia não envolve somente o ato sexual em si envolvendo o menor de idade, mas sim qualquer ato que tenha relação com isso.
"Quando o legislador trouxe o conceito de cena de sexo explícito ou pornográfica, compreendo qualquer situação que envolva crianças e adolescentes em atividades sexuais, não limitou a expressão à prática de conjunção carnal ou atos libidinosos envolvendo crianças e adolescentes", disse.
"Atividade sexual é expressão abrangente, capaz de abarcar a conjunção carnal, atos libidinosos e outros comportamentos eróticos, capazes de satisfazer a lascívia alheia, tal qual a exibição do corpo vestindo apenas roupas íntimas, a exibição dos seios, abrangendo, ainda, o streap-tease, dança sensual, utilização de uma fantasia erótica, etc., envolvendo crianças e adolescentes. Basta a conotação sexual, libidinosa ou erótica. Basta o fim primordialmente sexual previsto na norma explicativa", acrescentou.
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