Presidente da China pede nova ordem mundial, sem uma única potência dominante

Xi rejeitou a hegemonia de certos países e promoveu a ONU e a OMC em discurso, sem mencionar os EUA.

Fonte: Guiame, com informações da ReutersAtualizado: quinta-feira, 22 de abril de 2021 às 14:13
Presidente chinês Xi Jinping em discurso via vídeo no Fórum Boao para a Ásia em 2021. (Foto: AFP)
Presidente chinês Xi Jinping em discurso via vídeo no Fórum Boao para a Ásia em 2021. (Foto: AFP)

O presidente da China, Xi Jinping, pediu na terça-feira (20) uma nova ordem mundial, defendendo um sistema de governança “mais igualitário e justo”, sem que haja uma única potência dominante.

Em discurso no Fórum Boao para a Ásia, evento que segue o modelo do Fórum de Davos, na Suíça, Xi Xexpôs sua visão de um mundo sem um único poder dominante, centrado na ONU e outras instituições multilaterais.

Em meio a tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China, Xi criticou os esforços de algumas nações para “construir barreiras” e “desacoplar”, argumentando que isso não beneficia ninguém.

“O mundo quer justiça, não hegemonia”, disse Xi em discurso transmitido ao fórum. “Um grande país deve se parecer com um grande país, mostrando que está arcando com mais responsabilidades”.

Embora Xi não tenha mencionado nenhum país em seus comentários, autoridades do governo chinês recentemente se referiram à “hegemonia” dos EUA em críticas sobre a projeção global do poder de Washington no comércio e na geopolítica.

Enquanto isso, o governo americano tem criticado a liderança chinesa em uma série de questões, desde direitos humanos até a influência econômica da China sobre outros países.

Na sexta-feira passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, realizou sua primeira cúpula presencial na Casa Branca desde que assumiu o cargo, em uma reunião com o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, tendo a China como principal tópico da agenda.

Ambos os líderes disseram que “compartilham sérias preocupações” sobre a situação dos direitos humanos em Hong Kong e na região chinesa de Xinjiang, onde Washington acusa Pequim de cometer um genocídio contra os uigures muçulmanos. A China negou abusos.

Em uma demonstração de cooperação econômica que exclui a China, Biden disse que o Japão e os EUA investirão em conjunto em áreas como tecnologia 5G, inteligência artificial, computação quântica, genômica e cadeias de suprimentos de semicondutores.

Enquanto o governo Biden reúne outros aliados democráticos para endurecer sua posição em relação à China, Pequim busca fortalecer os laços com seus parceiros autocráticos e vizinhos economicamente dependentes do Sudeste Asiático.

As práticas comerciais da China foram o foco de uma intensa guerra tarifária entre Pequim e Washington sob o governo Trump, quando os EUA acusaram Pequim de subsidiárias injustas que dão às empresas chinesas vantagens desleais no exterior, além de transferências forçadas de tecnologia e propriedade intelectual.

“A maior experiência da adesão da China à Organização Mundial do Comércio há 20 anos é que nós, chineses, não temos medo da concorrência”, disse Long Yongtu, ex-negociador-chefe da China para a entrada da China na OMC em 2001, no fórum na segunda-feira.

Interesses comuns

Apesar do confronto entre o governo dos EUA e a China, ambos os lados redescobriram um interesse comum no combate às mudanças climáticas , depois que as negociações bilaterais sobre o combate às emissões de gases de efeito estufa fracassaram durante a era Trump.

Na semana passada, o enviado climático dos EUA, John Kerry, voou a Xangai para se encontrar com seu homólogo chinês na primeira visita de alto nível de um funcionário do governo Biden à China.

Ambos concordaram com ações concretas “na década de 2020” para reduzir as emissões.

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