Priscilla Alcantara: “Mostrar nossas feridas não é algo vergonhoso”

A cantora revelou em entrevista ao Guiame que aprendeu a expor suas feridas, para que outras pessoas sejam curadas.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 5 de outubro de 2018 às 19:49

A canção “Me Refez” revela uma parte muito mais profunda na vida da cantora Priscilla Alcantara. Em entrevista ao Guiame na Expo Cristã, ela contou que vem sendo refeita por Deus diariamente e que aprendeu a tirar as máscaras que escondem suas feridas.

“Esse ano houve muitos momentos em que eu dependi de Deus para me recompor, me refazer. Acho que isso faz parte da caminhada cristã, e a principal característica de um cristão genuíno é a dependência de Deus”, disse Priscilla. “Na verdade, no mínimo uma vez por semana eu estou sendo refeita”.

Uma das grandes lições que a cantora tem compartilhado com seu público é que “crente também é gente”, o que foi tema de sua pregação na última edição do ASU (Até Sermos Um), realizado no último mês em São Paulo.

“Se Deus veio em forma de gente, por que nós queremos viver aqui, enquanto somos gente, buscando ser Deus? Não faz sentido. Principalmente a liderança cristã, não querendo generalizar, acaba tendo medo de expor sua vulnerabilidade como se isso fosse enfraquecer o seu Deus, quando na verdade o próprio Deus quis morrer mostrando suas feridas, pendurado numa cruz para todo mundo ver”, observou a artista.

“Eu acredito que mostrar as feridas não seja vergonhoso. Se não foi vergonhoso para Cristo, por que deveríamos achar? Na verdade, eu acredito que quando nós expomos nossas feridas, Deus as usa para curar outras pessoas. Tenho vivido isso pessoalmente e posso falar com propriedade”, ela completou.

Em sua pregação no ASU, Priscilla revelou que passou por momentos de profunda tristeza e ansiedade, escondendo suas fragilidades nos palcos. “Expus minha vida pessoal para realmente quebrar esses mitos de que não podemos falar sobre terapia, sobre a psique e sobre dores emocionais”, esclareceu.

“Eu não acho que temos falado suficiente sobre isso dentro das igrejas”, Priscilla alertou. “Senão, não teríamos visto tantos casos até de pastores que se suicidaram. Tem faltado um pouco de realidade e humanidade dentro das igrejas, e isso não deixa de ser divino, nem espiritual”.

Até Sermos Um

Enquanto o ASU 2017 destacou a importância de influenciar a arte através do Evangelho, a edição deste ano colocou essa visão em prática unindo música, dança e teatro, em parceria com a Cia de Artes Nissi.

“Esse ano eu senti o Espírito Santo me pedindo para materializar isso”, contou Priscilla. “Vimos pessoas sendo curadas e libertadas não com uma retórica, pegando o microfone e pregando — é claro que isso tem seu lugar, mas tem o mesmo nível de espiritualidade”.

Em 2019, Priscilla pretende levar a mesma mensagem que norteou o evento em São Paulo por uma turnê nas igrejas do Brasil. Já em 2020, os planos são maiores: o ASU será realizado em um estádio.

Outro plano de Priscilla é abrir as portas do Instituto Até Sermos Um, que pretende ser uma ferramenta para projetos sociais. “Estamos começando a desenvolver esse projeto e mais para frente teremos uma instituição cumprindo um papel na sociedade não só na parte espiritual”, disse a cantora.

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