Depois de proclamar a anexação de uma faixa da Ucrânia pela Rússia, nesta sexta-feira (30), o presidente Vladimir Putin disse em discurso no Kremlin: “As pessoas que vivem em Luhansk, Donetsk, região de Kherson e região de Zaporizhzhia estão se tornando nossos compatriotas para sempre”.
“Vamos defender nossa terra com todas as nossas forças e todos os nossos meios”, disse ele pedindo que o regime de Kiev cesse imediatamente as hostilidades e retorne à mesa de negociações.
A proclamação de Putin do domínio russo sobre 15% da Ucrânia — a maior anexação na Europa desde a Segunda Guerra Mundial — foi firmemente rejeitada pelos países ocidentais e até mesmo por muitos aliados próximos da Rússia, de acordo com a agência de notícias Reuters.
“Escória sedenta de sangue!”
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chamou isso de violação ilegal da carta da ONU.
Ainda de acordo com a Reuters, “a brutalidade da guerra foi ainda mais martelada poucas horas antes do discurso de Putin, quando mísseis atingiram um comboio de carros civis que se preparava para cruzar a linha de frente do território ucraniano na província de Zaporozhzhia”.
“A Reuters viu uma dúzia de corpos em meio a carros explodidos em uma cena de carnificina. A Ucrânia disse que 25 pessoas morreram e 74 ficaram feridas”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, escreveu em seu Telegram: “O inimigo está furioso e buscando vingança por nossa firmeza e seus fracassos. Escória sedenta de sangue! Você definitivamente vai responder por cada vida ucraniana perdida”.
Soldados ucranianos continuam resistindo
Os militares ucranianos disseram que estão ocultando detalhes da situação no campo de batalha até que a área seja estabilizada, mas que uma operação está em andamento para cercar as forças russas.
Blogueiros militares pró-Rússia relataram que as forças ucranianas cortaram a fuga de milhares de soldados russos. Embora exista uma estrada aberta para Lyman, ela está sob fogo de artilharia ucraniana.
Desde que as tropas de Putin foram forçadas a fugir da província de Kharkiv, na Ucrânia, este mês, ele optou por intensificar a guerra.
Na semana passada, ele endossou a anexação do território controlado pela Rússia, ordenou a convocação de centenas de milhares de reservistas e ameaçou usar armas nucleares se a Rússia fosse atacada.
Zelenskiy prometeu uma forte resposta às anexações e convocou seus chefes de defesa e segurança para uma reunião de emergência nesta sexta-feira.
“Eles não vão querer morrer em um apocalipse nuclear”
Antes da anexação das quatro regiões ucranianas, o governo da Ucrânia disse que “as chances de seus adversários utilizarem armamento atômico no conflito são altas”.
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, chegou a mencionar que “a aliança militar da Otan não arriscaria uma guerra nuclear e não entraria diretamente na guerra da Ucrânia, mesmo que Moscou atacasse com armas nucleares”.
“Acredito que a Otan não interferiria diretamente no conflito mesmo neste cenário. Os demagogos do outro lado do oceano e da Europa não vão querer morrer em um apocalipse nuclear”, escreveu em seu Telegram.
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