Relacionamento de Ninrode e sua mãe é bíblico? Saiba o que dizem os relatos históricos

Com Ninrode e Semíramis nasce a idolatria, durante a construção da Torre de Babel.

Fonte: Guiame, com informações do R7Atualizado: quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021 às 13:05
Os personagens Semíramis e seu filho Ninrode. (Foto: Reprodução / Instagram)
Os personagens Semíramis e seu filho Ninrode. (Foto: Reprodução / Instagram)

No ar desde 19 de janeiro, a novela Gênesis está exibindo histórias relacionadas à construção da Torre de Babel. Além de focar em Ninrode, responsável pela obra que desagradou a Deus (Gênesis 11), os autores ampliaram a narrativa deste personagem, ao mostrar a estranha relação dele com sua mãe Semíramis.

Ninrode é chamado de “poderoso caçador diante da face do Senhor” (Gênesis 10:9). É essa marca que faz dele um líder na terra de Sinar, onde a torre que deveria alcançar o céu começa a ser construída. De acordo com a novela, a mãe de Ninrode o estimulou naquela construção que acabou fazendo Deus levar confusão na comunicação entre o povo, ao introduzir línguas (idiomas) diferentes. Esse evento está registrado em Gênesis 11:8, “assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade”.

Enquanto mostra a construção da torre, a novela também exibe o relacionamento obsessivo de Semíramis pelo filho, o que começou a causar curiosidade entre os telespectadores, que não encontraram a mesma história da novela nas páginas da Bíblia.

Construção da Torre de Babel, na novela Gênesis. (Foto: Reprodução / Instagram)

Para responder às perguntas sobre o estranho relacionamento entre o Ninrode e sua mãe, o site oficial da Novela Gênesis explica:

“Semíramis é o provável nome grego de Sammu-Ramat rainha da Assíria, fundadora de várias cidades (inclusive Babilônia) e que teve relações incestuosas com seu filho. Esse relato com diferentes detalhes foi contado por vários historiadores da antiguidade clássica e por autores cristãos, relacionando-a a Ninrode, Gênesis e a construção de Babel”.

Segundo a explicação, o nome Semíramis não aparece na Bíblia, mas essa recorrente versão dela como fundadora de cidades, esposa traída e rejeitada e o amor edipiano por seu filho inspirou a versão que aparece na novela. Ou seja, é uma história real baseada em documentos que vão desde 700 a.C ao século 14 d.c.

Em uma live especial para ajudar a explicar a novela, o Pr. Lamartine Posella explica que Babel deu origem à Babilônia. “Babilônia é tanto uma localização geográfica como uma religião falsa, um sistema de religião contra Deus que nasceu com Semíramis, Ninrode e Tamus”. Ele diz que Tamus é o filho de Semíramis com Ninrode após a morte dele.

Relatos históricos: Semíramis e a idolatria

Em algumas versões, como a do historiador Flávio Josefo, Ninrode é um homem que opõe sua vontade à de Deus. Em outras, ele se proclama um deus e é adorado como tal por seus súditos, tendo Semíramis adorada como uma deusa ao seu lado.

Posella diz que o desejo de Ninrode era fazer seu nome grande na terra. O pastor explica que por acreditar que Deus não destruiria mais o mundo, eles decidiram construir uma cidade poderosa e ser o centro do mundo.

A novela mostra a fascinação de Semíramis com a ideia, o que a faz ser influenciada pelo diabo, a se tornar uma pessoa idolatrada por ser mãe do principal personagem de Sinar. Aceitando a sugestão, Semíramis se apresenta como uma deusa.

Segundo a Wikipedia, a real e histórica Shammuramat (a forma acadiana e aramaica original do nome) foi a esposa assíria de Shamshi-Adad V (governou de 824 aC-811 aC), governante do Império Neo-assírio, e seu regente por cinco anos até ela filho Adad-nirari III atingiu a maioridade e assumiu as rédeas do poder. Ela governou em um momento de incerteza política, o que é uma das possíveis explicações para o motivo pelo qual os assírios podem ter aceitado seu governo (normalmente, uma mulher como governante seria impensável). Especula-se que governar com sucesso como mulher pode ter feito os assírios a considerarem com particular reverência, e que as conquistas de seu reinado (incluindo estabilizar e fortalecer o império após uma guerra civil destrutiva) foram recontadas ao longo das gerações até que ela foi transformada em uma figura mítica.

O nome de Semíramis passou a ser aplicado a vários monumentos na Ásia Ocidental e na Anatólia, cuja origem foi esquecida ou desconhecida. Vários lugares na Alta Mesopotâmia e em toda a Mesopotâmia como um todo, Média, Pérsia, Levante, Anatólia, Península Arábica e Cáucaso levaram o nome de Semíramis, mas ligeiramente alterado, mesmo na Idade Média, e um antigo nome de A cidade armênia de Van era Shamiramagerd (em armênio significa criada por Semíramis). Quase todas as estupendas obras da antiguidade feitas pelo Eufrates ou no Irã parecem ter sido atribuídas a ela, até mesmo a inscrição de Dario em Behistun. [12] Heródoto atribui a ela as margens artificiais que confinavam o Eufrates e sabe que seu nome é carregado por um portão da Babilônia. Ela conquistou grande parte do Oriente Médio e do Levante. Ela foi mortalmente ferida depois de lutar contra um rei indiano e o exército assírio foi quase todo destruído.

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