“Somos instrumento de Deus para salvar vidas”, diz médico da linha de frente contra Covid

Paulo Eduardo Assis diz que nunca imaginou que enfrentaria um momento tão difícil na história.

Fonte: Guiame, com informações do Assis CityAtualizado: quarta-feira, 31 de março de 2021 às 17:51
O médico infectologista Paulo Eduardo Freitas. (Foto: Reprodução / Assis City)
O médico infectologista Paulo Eduardo Freitas. (Foto: Reprodução / Assis City)

O médico Paulo Eduardo Freitas tem uma rotina exaustiva, ainda mais em tempos de pandemia. Ele trabalha na Santa Casa de Assis, no Hospital Regional de Assis e Prefeitura de Assis, como plantonista, e ainda é coordenador médico da UPA.

Seu nome figura como um dos heróis da pandemia, em sua cidade, no interior de São Paulo, onde o médico infectologista, de 50 anos, atua na linha de frente contra a Covid-19.

Mesmo depois de formado em Farmácia, Paulo Eduardo decidiu realizar um sonho de criança, e foi estudar Medicina. Hoje, depois de 8 anos formado, diz que nunca imaginou que enfrentaria um momento tão difícil na história.

Casado, pai de dois filhos, Isabella de 16 anos e Felipe de 8, ele considera a Medicina “um dom dado por Deus para aliviar o sofrimento e a dor do próximo”.

“Atuar como médico na linha de frente dessa pandemia significa ter medo de se contaminar e passar essa doença para a família. Mas é preciso ter coragem e tentar amenizar o sofrimento das pessoas. É triste ver uma pessoa agonizando por falta de ar e às vezes não ter o que fazer mesmo tentando tudo o que estiver ao seu alcance. Sinto isso em mim e dos meus colegas”, relata.

O Dr. Paulo fala também do maior desafio dos profissionais de saúde neste momento: “Acredito que nosso maior desafio é reinventar os conceitos da medicina diante de uma doença nova. Isso talvez explique a capacidade do ser humano em se adaptar e a própria evolução da espécie”.

O médico também disse que jamais imaginou viver isso. “Nunca imaginei ver isso. Tudo muito novo, não tínhamos estrutura física, medicamentos”, relata.

Para ele, salvar vidas é um propósito de Deus e se enche de alegria ao ver um paciente ter alta: “Somos um instrumento na mão de Deus. Além de medicações e oxigênio, temos que dar esperança aos pacientes. Digo a eles, quando dou alta ‘Você é um vencedor, vida que segue’. Por outro lado, dói na alma ver tantas vidas perdidas, mas temos que ser fortes e não passarmos nossas aflições aos pacientes e à nossa equipe”.

O médico lamenta a população não contribuir para cessar a pandemia e aliviar profissionais de saúde da linha de frente: “a ação poderia ter ajudado mais. A saída para uma festa, até entre famílias, pode representar levar a doença para pais, avós. Presenciei muito isso desde fevereiro do ano passado.

Sobre uma jornada de muitas horas e o pouco tempo de convívio com a família e com as pessoas que ama, o médico infectologista diz: “Fico muito tempo longe dos meus filhos e tenho muito medo de voltar para a casa e contaminar filhos, mãe, pai é terrível. Triste não ver minha mãe pessoalmente por meses. Deus nos proteja e nos dê força para continuar”.

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