Talibã ateou fogo em mulher por ‘cozinhar mal’, denuncia ativista afegã

A ativista e ex-juíza afegã Najla Ayoubi denunciou as atrocidades contra as mulheres feitas pelo Talibã.

Fonte: Guiame, com informações da Fox NewsAtualizado: segunda-feira, 23 de agosto de 2021 às 12:22
Mulher em desespero à procura de parentes no local de um ataque em Cabul em 2015. (Foto: Reuters/Mohammad Ismail)
Mulher em desespero à procura de parentes no local de um ataque em Cabul em 2015. (Foto: Reuters/Mohammad Ismail)

Combatentes do Talibã teriam incendiado uma mulher por fazer uma "comida ruim", enquanto outras mulheres no Afeganistão se escondem e são forçadas à escravidão sexual.  

"Eles estão forçando as pessoas a dar e fazer comida para eles. Uma mulher foi incendiada porque foi acusada de cozinhar mal para os combatentes do Talibã", disse a ativista e ex-juíza afegã Najla Ayoubi à emissora Sky News. 

Ayoubi fugiu do país quando o Talibã começou a assumir mais controle do Afeganistão e disse que desde então tem recebido vários relatos de violência contra mulheres. Ela acrescentou que também ouviu que muitas ativistas estão escondidas por medo da violência. 

“Há tantas mulheres sendo enviadas nas últimas semanas para os países vizinhos em caixões para serem usadas como escravas sexuais”, reportou. "Eles também forçam as famílias a casar suas filhas com combatentes do Talibã. Não vejo onde está a promessa de que as mulheres poderiam trabalhar, quando estamos vendo todas essas atrocidades."

As mulheres que viveram sob o domínio do Talibã de 1996 a 2001 não tinham permissão para frequentar a escola ou trabalhar. Elas só podiam sair de casa na presença de um homem e eram obrigadas a usar roupas da cabeça aos pés. 

Uma declaração recente assinada pelos Estados Unidos e 20 outros países pedia aos governantes do país que "garantissem" a proteção de mulheres e meninas de "qualquer forma de discriminação e abuso".

“Estamos profundamente preocupados com as mulheres e meninas afegãs, seus direitos à educação, trabalho e liberdade de circulação. Apelamos aos que ocupam posições de poder e autoridade em todo o Afeganistão para garantir sua proteção”, diz a declaração. "Nós, na comunidade internacional, estamos prontos para ajudá-las com apoio humanitário, para garantir que suas vozes possam ser ouvidas."

Falsa promessa para as mulheres

O Talibã prometeu respeitar os "direitos das mulheres", mas vários relatórios locais mostram mulheres sendo retiradas de empregos bancários e enviadas para suas casas, e outras trabalhando para fugir do país com medo de serem mortas. 

"Eu não queria sair do Afeganistão, mas minha mãe me forçou a ir embora", disse uma cidadã afegã à Fox News na sexta-feira (20). Sua mãe disse a ela: "Tenho certeza de que o Talibã vai matar você, porque você é jornalista e mulher."

"Tive muitos sonhos, tive muitas esperanças para o Afeganistão", acrescentou ela. "Mas agora, estou em uma situação ruim e estou apenas tentando encontrar um caminho."

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