Um tribunal da cidade de Glasgow, na Escócia, ordenou que um centro de eventos pague uma indenização de cerca de 100 mil euros por cancelar a cruzada evangelística de Franklin Graham.
Um juiz do Tribunal do Xerife de Glasgow decidiu que o Scottish Event Campus (SEC) discriminou a organização do evangelista, a Billy Graham Evangelistic Association.
O filho de Billy Graham realizaria uma cruzada de sua turnê evangelística na arena Hydro do SEC, em maio de 2020.
Porém, o centro cancelou o evento em janeiro daquele ano, justificando que Franklin Graham havia feito "publicidade adversa recente".
Na época, o evangelista enfrentava críticas por comentários de sua visão cristã sobre homossexualidade, islamismo e Donald Trump.
A equipe do SEC também alegou que o evento foi cancelado por preocupações de segurança e manifestações.
Durante o julgamento, o juiz McCormick lembrou que o SEC concordou em hospedar um “evento de divulgação evangélica”.
McCormick considerou que as preocupações com segurança não foram a única razão para o cancelamento da cruzada.
Pressões para cancelar a cruzada
O evento foi descartado após pressões de autoridades e grupos religiosos. A Câmara Municipal de Glasgow teria pressionado para "cancelar a reserva, pois poderia ofender outras pessoas".
Conforme o tribunal, o co-líder do Partido Verde escocês, Patrick Harvie, fez lobby por e-mail para que o evento fosse cancelado.
O reverendo Bryan Kerr, ministro da Igreja da Escócia em Lanark, também pressionou a SEC para que não realizasse a cruzada de Franklin, através de uma petição.
Como apoio da Rede Inter-religiosa LGBT+ de Glasgow, Bryan declarou que as opiniões de Graham não são a ideologia dominante e que não "se encaixam confortavelmente com muitos cristãos na Escócia".
"Então, segue-se que a decisão de cancelar foi uma violação da Lei da Igualdade de 2010, na medida em que o evento foi cancelado como uma resposta comercial às opiniões do objetor", afirmou o juiz McCormick, no julgamento.
E explicou: "O direito de contratar um orador no evento evangélico - em prol de uma crença religiosa ou filosófica - é protegido por lei".
Franklin Graham comemorou a decisão, afirmando que é uma "clara vitória para a liberdade de expressão e religião no Reino Unido".
"Este caso nunca foi sobre remédios financeiros - foi sobre a preservação da liberdade religiosa no Reino Unido", destacou ele.
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