O Ministério Público do Reino Unido retirou as acusações contra a ativista pró-vida Isabel Vaughan-Spruce, que foi presa por orar silenciosamente do lado de fora de uma clinica de aborto na cidade de Birmingham, Inglaterra.
A filial da organização ADF International no Reino Unido anunciou em um comunicado, na última sexta-feira (27), que as acusações "podem começar de novo" se eles receberem novas evidências relacionadas ao caso.
A prisão de Isabel ocorreu após a implementação de uma Ordem de Proteção do Espaço Público que proíbe as pessoas de fazerem protesto, ou se envolver em qualquer ato de aprovação e desaprovação, com questões relacionadas a serviços de aborto ao redor da clínica BPAS Robert em Kings Norton, Birmingham.
Em busca de justiça
Segundo o The Christian Post, Isabel irá buscar um veredicto claro no tribunal que estabeleça outra preliminar aos ativistas pró-vida futuramente.
"Não pode ser certo eu ter sido presa e transformada em criminosa apenas por orar mentalmente em uma rua pública", disse ela.
A ‘legislação da zona tampão' é a lei proposta para incriminar pessoas que supostamente possam assediar, obstruir ou interferir qualquer mulher que frequenta uma clínica de aborto. Os manifestantes considerados culpados de violar as zonas tampão de 150 metros em torno das clínicas, podem pegar até seis meses de prisão.
Isabel disse que a lei resultará em muito mais pessoas oferecendo apoio a mulheres em gestações de crise, sendo tratadas como criminosas apenas por orarem em pensamento.
"É importante para mim poder continuar meu trabalho vital de apoio às mulheres que gostariam de evitar o aborto se tivessem alguma ajuda", afirmou Isabel.
Isabel liderando uma manifestação pró-vida no Reino Unido. (Foto: Reprodução/YouTube/Christian Concern)
Contudo, ter clareza quanto à sua situação jurídica é fundamental para ajudar a entender os próximos passos.
“Muitos de nós precisam saber se ainda é lícito orar silenciosamente em nossas mentes. É por isso que vou buscar um veredicto sobre minhas acusações no tribunal", disse ela.
O consultor jurídico da ADF Internacional, Jeremiah Igunnubole, confirmou que sua cliente foi presa "simplesmente por seus pensamentos", e completou dizendo: "Ninguém deve temer a acusação por orações silenciosas e pensamentos na privacidade de sua mente".
De acordo com Jeremiah, o processo se tornou uma punição, “criando um efeito assustador na liberdade de expressão e liberdade de pensamento, consciência e crença”.
A prisão de Isabel
Isabel Vaughan-Spruce, que atua como diretora da Marcha pela Vida no Reino Unido, foi detita do lado de fora da clínica de aborto em 6 de dezembro de 2022.
Imagens de um vídeo mostram um policial perguntando se ela estava orando do lado de fora da clínica. Ela respondeu: "Talvez eu esteja orando em minha cabeça, não em voz alta".
Isabel foi convidada pelo policial a ir voluntariamente à delegacia para um interrogatório, quando ela negou, ele a prendeu por não cumprir a Ordem de Proteção do Espaço Público.
A CitizenGo (grupo de defesa de causas conservadoras) lançou uma petição à secretária do Interior do Reino Unido, Suella Braverman, pedindo a retirada de todas as acusações contra a ativista pró-vida. A petição acumulou cerca de 56.000 assinaturas na manhã do dia 27 de janeiro de 2022.
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