Nicolás Maduro anunciou que está se preparando para um referendo de anexação de Essequibo, no dia 3 de dezembro (domingo). Nicolás quer saber se o povo aprova ou rejeita sua decisão de se tornar “soberano” sobre a região que fica a Oeste de Essequibo — cerca de 70% do território da Guiana.
Caracas argumenta que a área faz parte do seu território porque, durante o período colonial, ela integrou a capitania geral da Venezuela. A intenção é antiga, mas a disputa foi arquivada durante o governo de Hugo Chávez (1999-2013).
Agora, a Venezuela voltou a apresentar uma demanda depois que a empresa americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo no mar territorial guianense, em 2015.
A Revista Oeste resumiu as intenções de Nicolás Maduro: “Um dos interesses da Venezuela em ‘roubar’ o território do país vizinho se deve ao potencial petrolífero que existe em Essequibo.
‘Reforçamos o exército para garantir nossa soberania’
O Ministério da Defesa da Venezuela informou que aumentou a presença militar nas fronteiras da região Norte, em especial nas áreas próximas à Venezuela e à Guiana. A medida ocorre em meio a tensões, conforme a CNN.
“O ministro José Múcio Monteiro já estava ciente dessa questão e, inclusive, havia determinado reforço do nosso Exército nas nossas fronteiras ao Norte para garantir nossa soberania”, disse o senador brasileiro Hiran Gonçalves.
No próximo domingo (3), os venezuelanos vão às urnas em um referendo para decidir se apoiam o presidente Nicolás Maduro na criação de uma nova província chamada de “Guiana Essequiba”.
Se o referendo for aprovado, a Venezuela pretende assumir o espaço territorial e cerca de 125 mil habitantes da região poderão receber a nacionalidade venezuelana. Lembrando que a Assembleia Nacional da Venezuela é totalmente controlada pela ditadura de Maduro.
Essequibo, atualmente administrado pela Guiana, tem uma área de 160 mil quilômetros quadrados, o que representa 70% do território atual do país. Na região, estão reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris.
EUA enviam chefes de comando para planejar defesa da Guiana
Conforme a Revista Veja, o governo dos EUA, através do presidente Joe Biden, enviou à Guiana chefes do Comando Sul das Forças Armadas para planejar a defesa do país.
Está previsto um fluxo intenso de militares americanos na Guiana durante o mês de dezembro. O referendo sobre a anexação permitiria ao governo da Venezuela recorrer à Constituição e decretar um estado de defesa, com mobilização de tropas.
A proporção atual é de 500 soldados venezuelanos para cada militar da Guiana. Sob estado de defesa, Maduro poderia suspender a eleição presidencial prevista para o ano que vem, na qual a oposição desponta como favorita, segundo pesquisas, com a candidata María Corina Machado.
Brasil reforça presença militar na fronteira
“O Brasil aumentou a presença militar na fronteira Norte do país em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e a Guiana”, conforme a Agência Brasil.
O Ministério da Defesa disse, em nota, que tem acompanhado a situação e que “ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.
A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse nesta quinta-feira (30) que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.
“Nós valorizamos muito o fato de que, no momento em que várias regiões do mundo estão com conflitos militares, a América do Sul permaneça um ambiente de paz e cooperação e, nesse sentido, nós vemos com preocupação esse ambiente tensionado entre dois países vizinhos e amigos”, ela se manifestou.
“Temos acompanhado com muita atenção e conversado em altíssimo nível”, destacou a diplomata, lembrando que o assessor da Presidência, o embaixador Celso Amorim, foi à Venezuela para discutir o tema.
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