Posso me "rebatizar" no rio Jordão?

Posso me "rebatizar" no rio Jordão?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:23

Todos concordam que após o recebimento de Jesus Cristo, como único e suficiente salvador - "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." - Romanos 10:9 -,  o próximo passo é o batismo: "Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados." - Marcos 1:4.

Então, grande parte dos cristãos é batizada no início de sua nova caminhada no evangelho, seja no rio, no mar, na piscina, no lago ou nos próprios batistérios dentro das igrejas. Ao saber mais da palavra de Deus, cresce a vontade de conhecer Israel, passar pelos lugares que Jesus e os grandes profetas estiveram. Muitas igrejas realizam anualmente a "Caravana Santa" e a chegada ao Jordão, rio em que Jesus se batizou - "Veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele." - Mateus 3:13 - é inevitável, o que fazer? Batizar-se novamente?

O Guia-me conversou com alguns líderes para saber suas opiniões a respeito.

De acordo com o apóstolo da Igreja El Shaddai, Fábio Abbud, o Jordão é um lugar de reavivar o ministério, de se entregar de novo, de mergulhar novamente em uma chamada, em uma unção profética nova. "É neste contexto que todos os anos as pessoas são convidadas a se batizar. Mas isso não está anulando o batismo que foi feito, cada um na sua Igreja, cada um no seu primeiro amor. Porque a intenção ali não é batizar a pessoa para o arrependimento. É um batismo em uma nova unção, numa visão profética, uma visão de chamada para conquista das nações". Ainda conforme o apóstolo, é um novo tempo que se inicia. "Porque dali saíram os profetas que levaram Israel para junto de Deus, para uma verdadeira adoração e naquele lugar foram batizados homens que se tornaram apóstolos e vieram a conquistar as nações". Abbud conta que após o batismo, uma nova unção é derramada e o ato é confirmado por Deus com milagres. "Pessoas são curadas nas águas, são tocadas de uma forma sobrenatural", afirma.

"Eu tinha uma dor perto do ovário e estava urinando sangue. E desde lá, eu não senti mais dor nenhuma. Meu esposo também tinha uma forte enxaqueca e até hoje não sente mais nada", conta a Apóstola Miriam Costa, casada com o também apóstolo Abraão José. Eles estiveram no Jordão em outubro de 2007.

O pastor Elias Soares, da Assembléia de Deus Kadoshi, tem uma visão um pouco diferente, considera a questão bíblica que fala sobre "um só batismo" um tanto subjetiva, pois aqueles que se batizam sem ter plena consciência do que está aceitando por meio do batismo, na opinião de Soares, não estão se batizando de verdade e poderia ter um novo batismo. "Já aqueles que descem às águas conscientes do que estão fazendo não tem porque se batizarem de novo, ainda que seja no rio Jordão. Trata-se apenas de mais uma simbologia que massageia o ego de quem consegue ir a Israel e confunde a mente dos neófitos, que podem pensar que quem se batizou no mesmo rio que Jesus estaria 'melhor batizado' ".

Ubirajara Crespo, pastor da Igreja Batista e diretor da Editora Naós, também não considera de suma importância o mergulho profético em Israel, vê o batismo no rio Jordão apenas com um valor turístico e recordativo. "O meu batismo válido e definitivo aconteceu na Igreja onde me converti e foi realizado pelo meu pastor. Espiritualmente falando, as águas do rio Jordão não são mais depurativas do que qualquer outra água no mundo. Ninguém ficará mais santo e nem mais abençoado por se batizar nelas". Conforme Crespo, o verdadeiro batismo acontece no coração e embora a sua ocorrência seja dramatizada e consolidada publicamente durante um ritual, o sinal definitivo de que realmente ocorreu se dará durante o comportamento diário. Para o pastor, o batismo não salva, não santifica e não abençoa, mas testifica publicamente a fé em Cristo.  

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