Ator relata experiência com Deus ao decidir papel em série: ‘Orei até ter uma resposta’

David Gyasi, que interpreta o secretário de Relações Exteriores britânico Austin Dennison na série “A Diplomata” da Netflix, fala sobre sua trajetória cristã.

Fonte: Guiame, com informações do PremierAtualizado: quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 às 15:43
David Gyasi, interpretando Austin Dennison em A Diplomata, da Netflix. (Foto: Divulgação)
David Gyasi, interpretando Austin Dennison em A Diplomata, da Netflix. (Foto: Divulgação)

Atualmente na série “A Diplomata”, thriller político de sucesso da Netflix, David Gyasi interpreta Austin Dennison, o secretário de Relações Exteriores britânico. Em uma entrevista recente, o ator compartilhou como se tornar pai aos 19 anos o aproximou de Jesus e contou sobre a transformação que a fé trouxe para sua família.

Pela sua conexão com a fé cristã, recentemente ele foi um dos apresentadores do Premier Gospel Awards, evento realizado no Royal Festival Hall, em Londres.

Ao compartilhar parte de sua história, David contou como Jesus entrou em sua vida em momentos cruciais, quando as coisas não iam bem ou quando ele precisava de orientação, inclusive profissional.

Um desses momentos foi quando David se tornou pai inesperadamente aos 19 anos, o que poderia ter frustrado seus sonhos. No entanto, foi nesse momento que ele realmente entregou sua vida a Deus.

David e sua esposa, Emma, estavam na faculdade quando engravidaram. Apesar das dificuldades, incluindo David trabalhando à noite para sustentar a família, o casal conseguiu se formar, contando com o apoio de amigos, familiares e sua fé.

Ele afirma que valoriza mais o caráter das pessoas do que sua influência ou renda, uma lição que aprendeu de maneira difícil enquanto crescia. Seja pelo quase divórcio de seus pais (que foi transformado por Jesus), pela perda da casa da família ou pela doença de seu pai, a fé sempre foi sua âncora, com o apoio de seus familiares e amigos sendo a força que o manteve firme.

Agora, 25 anos depois, David Gyasi colhe os frutos de seu sucesso conquistado com muito esforço. No entanto, apesar das dificuldades, o ator afirma que não mudaria sua jornada, mesmo se tivesse a oportunidade. Ele aprendeu lições valiosas ao longo do caminho.

Jesus na família

David lembra que seus pais brigavam muito e, ainda criança, ele tentava ajudar, mas sem sucesso. Chegou o momento em que sua mãe lhe contou que estavam à beira do divórcio, quando um milagre aconteceu.

"Meu irmão, minha mãe e eu fomos para Gana; mamãe estava voltando para fazer o divórcio tradicional, mas, na noite anterior, ela encontrou Jesus", relatou.

O ator contou que o irmão gêmeo de sua mãe conversou com ela, dizendo: "Olha, eu conheci essa pessoa. Sei que parece estranho, mas tente." Ela orou e tentou.

Ele contou que tinha quatro ou cinco anos, quando voltaram de Gana, e a atmosfera em sua casa mudou.

“Foi algo visceral. Minha mãe disse que meu pai percebeu a mudança nela, o que o fez se interessar pelo que ela havia encontrado, e ele se comprometeu novamente com sua vida naquele momento. É engraçado, às vezes pensamos: preciso mudar essa pessoa, mas, às vezes, o trabalho é feito em nós. Esse foi o primeiro encontro que tive com esse amor anormal e sobrenatural”, afirmou.

David contou ainda que a família passou a ir a uma igreja enorme, o Kensington Temple (KT), e depois sua tia começou uma reunião de oração no apartamento dela.

“Então, íamos para o KT e depois para a casa dela, onde comíamos e tínhamos comunhão. Era bem old school. Lembro que mamãe e papai faziam reuniões de oração durante a noite inteira, o que era ótimo para nós, crianças, porque ficávamos acordados o máximo possível. Enquanto eles oravam em línguas, nós jogávamos Keep Off the Ground, pulando pelos móveis”, contou.

Ele relatou que na escola, iam ao culto do festival da colheita e ele pensava:

“Isso não parece igreja! Era tão diferente. Eu não conseguia entender direito. [Nossa experiência na igreja] era música, comida, comunhão e viver a vida juntos, sabe? Éramos uma família. Aprendi muito sobre o que realmente importa além dos rótulos, das finanças ou de quem é quem. Era muito mais sobre conexão e caráter”.

Valorizando a comunhão e a fé

David diz que o que mais valoriza é a comunhão com as pessoas, em vez de coisas materiais, conforme aprendeu na infância, e diz que procura isso nas pessoas.

“Tive uma conversa esta manhã com um cara com quem oro. Estávamos falando sobre uma postagem no Instagram: ‘Dez coisas que você precisa saber antes de morrer’. Os pontos faziam sentido, mas todos giravam em torno de ‘você’. Onde estava o incentivo para amar os outros? [Sempre gostei de] reunir as pessoas. Gosto que todos se sintam vistos, ouvidos, valorizados, compreendidos, e isso se alinha com o que acredito sobre Jesus Cristo; a maneira como Ele alcança tantas pessoas com quem Ele não deveria estar se envolvendo”.

Sobre as dificuldades enfrentadas na indústria do entretenimento – que incluem papéis em Interestelar, ao lado de Matt Damon e Anne Hathaway, Tróia: A Queda de uma Cidade e Carnival Row – a jornada de David Gyasi rumo ao estrelato foi tudo, menos típica.

David Gyasi como Romilly em Interestelar (2014). (Foto: Divulgação)

Para encontrar pessoas que compartilham seus valores, ele afirmou que as fachadas precisavam cair. Em seu caso, disse: “Sou bastante explícito sobre quem Jesus é”.

“Quando eu era mais jovem, estava nos Estados Unidos e precisei fazer o teste para um papel principal em uma série que apresentava um personagem tipo Dorian Gray, cuja sexualidade era fluida”, lembrou.

“Eu estava indo e voltando: posso fazer esse papel? Não posso fazer esse papel? Então, eu disse a Deus: ‘Vou sair para correr e não vou parar até receber uma resposta’. Fui apenas 30 metros na rua e comecei a chorar compulsivamente. Fui tomado por um amor imenso. Tive que me apoiar em uma cerca! Era como se houvesse um véu na minha frente, e Deus disse: ‘Este véu é o amor. Tudo o que você disser deve passar por isso, e tudo o que você receber deve passar por isso’. No final, o trabalho acabou caindo. Acho que nem foi encomendado, mas isso realmente me ajudou a refletir sobre como interpreto personagens – como interpreto os seres humanos – na tela e no palco”, testemunhou.

Seguidor de Cristo

David conta que a paternidade foi o momento em que decidiu realmente seguir a Cristo. Exatamente quando sua minha filha Elena nasceu.

Ele fala da experiência em que ele e sua namorada Emma chegaram a pensar que não ficariam com o bebê, mas uma professora atuou como um anjo em suas vidas.

“Chegou a última hora e tivemos que contar para nossa professora universitária. Foi algo bem estranho; parecia que ela havia sido substituída por um anjo naquele dia. Ela disse: ‘Vocês precisam se afastar, como indivíduos, e pensar no que realmente querem’. Eu fui embora e senti uma paz avassaladora. Tive o melhor sono que tive em três meses. Era como se Deus estivesse dizendo: ‘Se você quiser embarcar nesta jornada comigo, eu cuido de você e de seu filho, e vou cuidar de vocês’. Lembro de Mateus 6:33 ressoando nos meus ouvidos: ‘Mas buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas’. Eu já tinha sido batizado antes disso e já era cristão antes disso. Mas, aos 18 anos, eu pensei: ‘Ei, vamos tentar isso [essa coisa de fé]’".

Sobre a conversão de Emma, David relatou como aconteceu:

“Eu fiquei tão irritado com minha mãe porque, quando estávamos namorando, Emma estava lá embaixo, e minha mãe disse: ‘Você vai lá em cima se arrumar. Eu vou ficar com a Emma’. Quando desci, minha mãe anunciou: ‘Então, a Emma agora é cristã. Tenham uma boa noite!’"

David Gyasi, ao lado da esposa Emma, foi um dos apresentadores do Premier Gospel Awards deste ano. (Foto: Premier)

David lembra que disse a Emma: "O que você está pensando? Você sabe que não precisa fazer isso."

Mas, curiosamente, ela tinha uma professora no ensino secundário que era cristã, e ela sempre se fascinava pela fé dessa professora, e pela forma como ela lidava com seus alunos.

Mas a chegada da filha acelerou o processo: “Não tínhamos outra escolha. Nós simplesmente nos entregamos [a Jesus]”.

Racismo e imigração

Sobre racismo e questões de imigrantes, o ator disse que ajuda o fato de que Emma e ele têm pais imigrantes. “Há algo em ser filho de pessoas que deixaram suas famílias e lares para começar uma nova vida e enfrentaram parte da hostilidade da Inglaterra, que nos dá uma certa resistência.”

Apesar de alguns avanços no próprio cinema, ele diz que “ainda temos um longo caminho a percorrer. As pessoas nas salas de decisão não mudaram”.

“Eu não sei quantos [serviços de streaming] são dirigidos por pessoas de cor. Se você tem apenas perspectivas semelhantes ao redor da mesa, existem pontos cegos, então até que as salas de diretoria reflitam o mundo em que vivemos – é aí que precisamos chegar. Ainda há um enorme potencial a ser explorado nas artes e no entretenimento, ao nos conectarmos com diferentes criadores e contadores de histórias, e isso me entusiasma. Onde podemos chegar com isso?”

“Recentemente, estive em uma reunião do Conselho Paroquial (PCC), onde discutimos a igualdade na igreja. Conversamos sobre todas as razões pelas quais deveríamos praticá-la – porque é certo, porque as pessoas têm sido negligenciadas – mas e os benefícios? Se o corpo de Cristo somos todos nós, alcançando outras pessoas, então estamos nos limitando se não fizermos isso. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas estamos em um caminho empolgante”, disse.

Lições de vida

Sobre a relação com as pessoas, David usa sua experiência pessoal dizendo: “Quando eu estava crescendo, perdemos nossa casa; fomos praticamente sem-teto. Meus pais costumavam fazer muitas festas e ter pessoas em casa. [Quando perdemos tudo], muitas pessoas não estavam mais por perto – mas eu me lembro daquelas que ficaram”.

“Quando meu pai estava doente e precisou passar pela quarta operação, minha tia disse: ‘Certo, vamos orar’. Mas eu não consegui. Saí da sala. Minha tia perguntou: ‘O que está acontecendo com você?’ Eu disse: ‘Sinto que já fizemos isso, e não entendo por que precisamos fazer isso de novo e de novo’. Ela respondeu: ‘Isso é totalmente compreensível. O que eu diria a você é o seguinte: no topo da colina, onde sempre está ensolarado, é a primeira parte onde a seca atinge. Não há vegetação. No vale, você encontra os nutrientes mais ricos, porque é lá que a água se acumula e o solo está úmido’”.

“Isso sempre ficou comigo. Eu me lembro desses momentos, e eles não me assustam. Eu colhi os frutos desses nutrientes”, finalizou.

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