Deborah foi mantida como prisioneira pelo Boko Haram por quase dois anos. Nesse período, ela foi forçada a se casar 20 vezes e se converter ao Islã.
Confinada dentro de um complexo no norte da Nigéria, todas as manhãs, Deborah era obrigada a acordar cedo, tomar banho, recitar o credo islâmico e assistir às aulas na mesquita.
Deborah aceitou Jesus na juventude, mas seu pai não era cristão. Muitas vezes, ele ficava irritado quando a filha e a esposa — que também era cristã — iam à igreja ou liam a Bíblia.
Por isso, Deborah foi dada em casamento aos 15 anos. Depois de dar à luz seu segundo filho, a aldeia onde ela morava foi invadida pelo grupo terrorista.
“Quando ouvi um tiro, saí correndo e encontrei meu marido morto na porta”, disse Deborah ao Global Christian Relief (GCR).
Ela correu de volta para casa, mas os homens bateram na porta: “Eles me disseram para abrir a porta ou morrer”.
Ela se recusou a abrir, então os terroristas atiraram contra a porta e levaram Deborah e suas duas filhas à força.
A partir desse momento, a cristã se tornou uma prisioneira perseguida do Boko Haram.
No cativeiro
Durante um ano e nove meses, Deborah foi forçada a se casar com vinte homens diferentes. Segundo ela, cada casamento durava cerca de duas semanas.
Assim como outros prisioneiros cristãos, Deborah foi obrigada a se converter ao Islã. Antes de serem coagidos à conversão, os crentes foram humilhados e isolados.
Todos os prisioneiros eram obrigados a se lavar, recitar o credo islâmico e ler o Alcorão diariamente.
Apesar de ter sido forçada a se converter ao Islã, Deborah manteve sua fé em Cristo em segredo durante a prisão.
“Sempre que me ajoelhava para orar, implorava silenciosamente a Deus que me salvasse das mãos deles”, disse ela.
Deborah conseguiu escapar e recebeu ajuda de missionários. (Foto: Reprodução/Global Christian Relief)
A fuga de Deborah
Um dia, depois de quase dois anos de sofrimento, Deborah encontrou a porta do cativeiro destrancada.
Então, ela e sua amiga fugiram com seus bebês. A fuga durou cerca de duas semanas, onde elas enfrentaram doenças graves, infecções e fome.
Após a sua fuga, Deborah foi transferida de um campo de refugiados para outro, onde encontrou parceiros do GCR. Reconhecendo a gravidade de seu estado de saúde, os voluntários lhe forneceram alimentos e cuidados médicos.
Através da missão, a cristã recebeu um lugar seguro para curar as feridas físicas, emocionais e espirituais.
“Eu tinha perdido a esperança de algum dia ser livre. Eles [os voluntários] me ajudaram muito. Tudo o que posso dizer é que Deus retribua sua generosidade”, afirmou ela.
Hoje, Deborah e seus filhos têm um lar. Ela trabalha como zeladora em uma escola administrada por missionários e se orgulha de seu papel na comunidade.
Boko Haram
Boko Haram é um grupo terrorista formado no início dos anos 2000 e com sede no nordeste da Nigéria. Os seus militantes são responsáveis por milhares de mortes e pelo deslocamento de milhões de pessoas.
O grupo tem como alvo específico os cristãos como parte da sua campanha para estabelecer um Estado islâmico. Com isso, eles atacam aldeias, igrejas e crentes locais.
Estes ataques envolvem assaltos armados, bombardeios, sequestros e outras formas de violência, que gera um clima de medo e perseguição na região.
Mais de cinco milhões de cristãos nigerianos fugiram das suas casas devido aos ataques do Boko Haram. Nos últimos 10 anos, estes terroristas dominaram o leste e o norte da Nigéria.
Os ataques continuam aterrorizando a região e mulheres como Deborah se tornam vulneráveis e são frequentemente sequestradas, forçadas a casar e agredidas.
A Nigéria ficou em 6º lugar na Lista Mundial de Observação da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.
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