Reina (nome fictício por motivos de segurança) nasceu em Urabá, na Colômbia, onde nem mulheres ou crianças são poupadas da guerrilha. Ela foi recrutada quando ainda era uma menina e mal conseguia segurar uma arma.
Urabá é uma região conhecida por causa das plantações de bananas e também por ser um dos maiores centros de conflitos entre as guerrilhas.
Por lá, as pessoas costumam depositar suas esperanças nos guerrilheiros, considerando que eles podem lhes proporcionar segurança e melhores oportunidades de vida, já que o governo é ausente.
Nessa confiança, Reina caminhava por vários dias na selva, mas revela que por dentro vivia uma verdadeira tortura: “Minha alma estava ferida, cheia de ódio por causa das injustiças que presenciei antes de me juntar à guerrilha”.
‘Apesar da pressão, sobrevivi’
Reina conta que cumpria diversas tarefas: mobilização de pessoas, patrulha e transporte de armas.
“Todos os dias ia de um lugar ao outro. Somado a isso, era destratada e abusada de todas as formas possíveis por ser mulher. Apesar da pressão, sobrevivi. Eu tornei-me uma guerreira, uma lutadora”, ela disse.
Mas sua luta não lhe dava paz e Reina era só uma guerreira ferida. De acordo com a Portas Abertas, porém, um dia sua história mudou. A organização conta que ela tomou uma decisão: “Jesus encontrou Reina e ela deixou os grupos armados para tornar-se filha de Deus”.
‘Terei bravura para servir a Cristo’
“Reina deixou para trás toda a ira que tomava seu coração e isso enfureceu seus antigos aliados da guerrilha. Apesar das dificuldades, ela permaneceu firme em Cristo”, conta a Portas Abertas em seu site.
“Eu tinha suportado muitas dificuldades por uma causa humana vã. Agora sou desafiada a enfrentar lutas por algo maior e verdadeiro: o amor de Cristo. Enfrentarei com prazer. Tive coragem para usar uma arma, terei ainda mais bravura para servir a Cristo”, ela afirmou.
Pouco depois da conversão, Reina conheceu o marido e juntos fundaram uma igreja local. Eles começaram com alguns cultos domésticos e em pouco tempo já eram uma grande congregação.
“Seguirei servindo a Jesus enquanto eu viver”
Quando perceberam essa realidade, grupos armados ameaçaram Reina de morte. Eles exigiam que ela voltasse à guerrilha e parasse de pregar o Evangelho, ao que ela respondeu: “A minha vida não está nas suas mãos ou de qualquer outra pessoa. Apenas Deus pode decidir o dia de minha morte. Seguirei servindo a Jesus enquanto eu viver”.
Atualmente, Reina e o marido sonham em construir um abrigo para crianças da região que viveram uma realidade parecida.
Reina compartilha que quando jovem a guerrilha a afastou de Deus e agora ela quer evitar que outra geração de jovens colombianos vivam o mesmo.
“Entendo os desafios da realidade em meu país e quero fazer a diferença. Ainda não tenho recursos, mas confio nos propósitos e na provisão do Senhor”, concluiu.
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