Mesmo presas, missionárias evangelizam em penitenciária do Irã: "Estávamos no lugar certo"

As missionárias Maryam Rostampour e Marziyeh Amirizadeh foram corajosas, desafiando o intolerante regime islâmico do Irã e não desanimaram, nem mesmo quando foram presas.

Fonte: Guiame, com informações do Desiring GodAtualizado: quinta-feira, 30 de março de 2017 às 17:34
Maryam Rostampour e Marziyeh Amirizadeh durante entrevista para a TV. (Imagem: LiveNet)
Maryam Rostampour e Marziyeh Amirizadeh durante entrevista para a TV. (Imagem: LiveNet)

É ilegal compartilhar o evangelho de Jesus Cristo com os muçulmanos em Teerã, no Irã. Mas quando se fala em mulheres corajosas, dois bons exemplos são Maryam Rostampour e Marziyeh Amirizadeh.

As duas cristãs convertidas do Islã se conheceram em uma conferência na Turquia, tornaram-se amigas e comprometeram suas vidas para alcançar os perdidos nas ruas da cidade de Teerã (Irã). Durante três anos, procuraram oportunidades de espalhar a mensagem do Evangelho na região e distribuíram exemplares do Novo Testamento na capital.

"Os escritos cristãos aprovados pelo governo em Teerã deixam os leitores com a impressão de que Jesus não era nada mais que um profeta", contaram as missionárias, conforme relato registrado no livro "Captive in Iran" (2014).

Tais mentiras tiveram de ser subvertidas e essas mulheres corajosas partiram para cumprir esta missão, distribuindo Bíblias clandestinamente. Uma vez elas transportaram três mil cópias para a cidade em uma van lotada durante a madrugada.

Estas duas mulheres corajosas também levavam várias cópias do Novo Testamento em mochilas para distribuir todos os exemplares, quando encontravam a oportunidade de fazê-lo. Elas corajosamente compartilhavam o evangelho de Jesus Cristo em uma das cidades muçulmanas mais intolerantes do mundo.

Duas mulheres corajosas, duas mochilas repletas de Bíblias, em uma cidade muçulmana enorme, podem resultar em grandes feitos durante três anos, como por exemplo, a distribuição de mais de 20.000 cópias do Novo Testamento. Mas um alto preço foi pago por tanta coragem.


O sofrimento abre portas
Maryam e Marziyeh nunca se sentiam confortáveis, estavam sempre preocupadas com quem poderia estar vigiando-as, sempre com medo de que acidentalmente se aproximassem de alguém na rua com um exemplar do Novo Testamento e esta pessoa fosse uma informante da polícia ou alguém que as estivesse rastreando. Este trabalho de evangelismo sempre representou uma ameaça para suas vidas.

Como elas temiam, estavam sendo vigiadas há tempos e tiveram a confirmação disso em março de 2009, quando foram intimadas a depor em uma delegacia local. Após prestarem depoimento, foram presas e submetidas a situações degradantes na prisão.

Mas em meio à imundície do centro de detenção veio uma nova surpresa do evangelho, como elas próprias relataram posteriormente.

"O mais incrível de tudo é que estávamos no lugar certo, o melhor lugar que poderíamos estar naquele momento para testemunhar a pessoas famintas pelo evangelho de Jesus. Sempre procuramos ficar atentas ao perigo, enquanto viajávamos por todo o país com a mensagem da salvação em Cristo, sempre atentos ao perigo, para que a 'pessoa errada' não nos ouvisse", contaram.

"De repente estávamos na prisão, e Deus estava nos trazendo muitas pessoas famintas espiritualmente. As condições de vida lá não eram muito boas, mas não tivemos de viajar para encontrar quem pudesse ouvir a mensagem! E poderíamos contar às outras prisioneiras sobre a história de Jesus abertamente, porque ninguém entraria naquele buraco para nos espionar", acrescentaram.

Acusadas de sedição e ameaçadas de tortura e até mesmo de execução, as mulheres finalmente desembarcaram na notória e perigosa penitenciária de Teerã, a Prisão de Evin. Elas passaram a chamar a penitenciária de "Nossa Igreja", e ficaram detidas ali por nove meses, continuando sua missão evangelística entre as detentas.

Posteriormente, elas foram libertadas e puderam contar a sua história no livro "Cativas no Irã: Uma notável história verdadeira de esperança e triunfo em meio ao horror da prisão Brutal de Evin, Teerã".

Após serem liberadas da prisão, as missionárias tiveram a chance de compartilhar seu testemunho impactante em outras plataformas além do livro.

"Estávamos mais livres dentro da prisão que fora dela, porque conseguimos pregar o Evangelho para muitas prisioneiras", contou Marziyeh Amirizadeh em uma entrevista. "Quando estávamos livres [fora da prisão], tínhamos que orar e pedir a Deus que nos conduzisse à pessoa certa para conversar. Dentro da prisão poderíamos conversar com qualquer pessoa".

Marzieh também contou que um dia, um funcionário da prisão ficou zangado durante um interrogatório e questionou por que ela insistia em falar sobre Jesus para as prisioneiras.

"Eu respondi: 'Falamos com sobre Jesus porque vocês nos prenderam aqui e as prisioneiras estão curiosos. Todas querem saber o motivo pelo qual estamos aqui. Então tivemos de explicar sobre o Evangelho para que elas entendam o motivo da nossa prisão", disse a missionária

 

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