Nabil nasceu em uma família muçulmana de minoria étnica no Marrocos. Ele ouviu sobre Jesus pela primeira vez enquanto pesquisava sobre a origem de seu povo.
“Venho do povo berbere do norte de Marrocos. Os berberes são menos bem tratados pelo governo do que a parte árabe do país. É por isso que quando terminei meus estudos não consegui encontrar trabalho. Depois fui para a Holanda ilegalmente”, contou ele, em entrevista ao Revive.
“Descobri que cristãos e judeus pertencem à nossa cultura. Há cinco mil anos já tínhamos o nosso próprio rei. E também podemos ser encontrados na Bíblia. Simão, de Cirene, na Líbia, carregou a cruz do Senhor Jesus. Os primeiros habitantes desta região são berberes”, acrescentou.
Suas pesquisas levaram Nabil a questionar o islamismo e a buscar o verdadeiro Deus.
“Comecei a estudar a vida do profeta Maomé. Vi muito sangue e ódio e soube: isso não é bom, isso não pode ser de Deus. Deixei o Islã em 2012 e comecei a procurar por Deus, mas não sabia quem Ele era”, lembrou.
Vivendo nas ruas
Nessa época, o marroquino se tornou viciado em drogas pesadas e acabou morando nas ruas da Holanda.
Certa noite, ele desejou acabar com sua vida através de uma overdose, mas lembrou de Deus e clamou por ajuda.
“Eu estava lidando com todas as consequências negativas do vício e queria morrer. Aí orei: 'Deus, estou procurando por você. Minha pesquisa me colocou nesta situação. Quero te encontrar, por favor, me ajude!'. E isso mudou tudo”, afirmou.
Na manhã seguinte, o sem-teto encontrou dinheiro no chão e comprou uma passagem para a cidade de Utrecht. Lá, Nabil encontrou um cristão que lhe falou sobre Jesus.
“Achei muito difícil ver Jesus como Deus. Eu não entendia como Ele poderia ser Deus e clamar a Deus e também ser abandonado por Deus. Demorou para perceber que Jesus também é Deus. Quando finalmente entendi isso, pensei: Jesus é meu líder”, testemunhou.
Família Marroquina
A igreja Família Marroquina. (Foto: Het Marokkaanse gezin).
O homem conheceu o Evangelho em uma escola bíblica, aceitou Cristo como seu Salvador e foi batizado em uma na igreja árabe-holandesa em Amersfoort.
Nabil achou que era o único cristão de origem marroquina, mas depois conheceu outros crentes através da organização Gospel & Muslims.
Então, em 2016, ele plantou a igreja “Família Marroquina” para reunir cristãos norte-africanos que vivem no país europeu.
“Se sabe que uma centena de pessoas de origem marroquina na Holanda são cristãs, mas penso que há mais”, comentou ele.
Hoje, a igreja é formada por cerca de 30 imigrantes do Marrocos, que se reúnem uma vez ao mês para cultuar ao Senhor e viverem em comunidade.
Segundo Nabil, marroquinos que se convertem à fé cristã são frequentemente perseguidos por suas famílias muçulmanas.
“Eu não tenho medo. Minha família sabe que sou cristão. Eles não gostam disso, mas não vou discutir com eles. É melhor falar do amor de Deus”, declarou.
O líder também atua evangelizando muçulmanos e encorajou outros cristãos a pregarem a conhecidos islâmicos.
“Fale sobre o amor de Deus. Também é importante saber o que o Islã significa e quais as dúvidas que os muçulmanos têm”, concluiu ele.
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