Teólogo vai até o Sinai e lembra quando Deus habitou com Seu povo: "Lição de humildade"

Que o roteiro traçado pelas viagens à Terra Santa são emocionantes, a maioria dos cristãos já sabem ou pelo menos sonham em experimentar disso algum dia. Porém, o teólogo e historiador Rodrigo Silva também está comprovando que esta viagem pode gerar reflexões profundas a respeito do relacionamento entre Deus e o Seu povo.

Rodrigo tem publicado em sua página oficial do Facebook, diversos vídeos de sua recente viagem a Israel (e outros territórios de grande importância bíblica) e em um deles, compartilhou uma de suas reflexões sobre a passagem de Êxodo, na qual Deus ordena a Moisés que faça um templo para que Ele possa 'descer e habitar em meio ao Seu povo', segundo Êxodo 25:8.

Com nada menos que a Cordilheira do Monte Sinai (Egito) como plano de fundo, Rodrigo lembrou tal passagem e destacou a gigantesca lição de humildade que Deus proporcionou ao Seu povo naquele momento.

"Foi exatamente esta cordilheira que há 3.400 anos, mais ou menos, fumegou diante da glória e da presença de Deus. Ele falou, o monte se abalou e até mesmo os animais ou pessoas que tocassem no monte poderiam ser mortos diante da atividade e do poder divino", disse o teólogo no início de sua explicação.

"Mas falando em poder de Deus, eu não posso deixar de mencionar outra faceta interessante da mesma história que está no livro do Êxodo. Deus viu o povo aqui embaixo, morrendo de medo da glória Dele e tomou uma decisão, eu diria até 'radical'. Deus falou assim: 'Moisés, estou vendo o acampamento lá embaixo... eles estão com medo de mim. Eles habitam em barracas. Faça uma barraca [ou santuário] para que eu possa habitar no meio deles", acresentou Rodrigo. "Moisés fez esse santuário e Deus desceu do Sinai para morar no meio do Seu povo".

Rodrigo destaca que a lição dada por Deus ao Seu povo neste momento configura, além de humildade, identificação Dele com Seus servos.

"Ele poderia ficar só no topo da montanha, falando como um trovão, mas resolveu descer e sussurrar como um amigo", afirmou.

O historiador contextualizou esta passagem para o contexto social em que vivemos e lembrou que, apesar desta grande lição de humildade que Deus deixou ao Seu povo, ainda há quem busque artifícios para se sentirem superiores aos seus semelhantes.

"Muitas pessoas, às vezes, ficam por demais preocupadas em mostrar apenas a glória de si mesmas. Eu não quero enaltecer uma pobreza franciscana do tipo que 'eu não posso mais ter uma roupa de marca', 'não posso me enfeitar para uma festa", disse.

"O que estou querendo dizer é que você não deve deixar que a estética, que é um direito seu, se torne uma barreira entre você e as outras pessoas. Uma coisa é eu querer ficar bem arrumado para celebrar com os meus amigos, outra coisa é eu querer ficar bem arrumado para me sentir superior aos demais", acrescentou.

Novo Testamento

Rodrigo Silva também destacou que uma lição ainda maior de humildade se deu no Novo Testamento, quando Deus se fez homem (Jesus) para andar em meio às pessoas.

"Ele estava na eternidade, no seio do pai, mas diz o Evangelho de João que Ele se tornou carne e habitou no meio de nós", disse o teólogo.