Análise do CD "Tempo de Romper" - Tatiana Malafaia

Análise do CD "Tempo de Romper" - Tatiana Malafaia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:09

 

O ano de 2012 seria na verdade o início da carreira artística de Tatiana Malafaia, realmente agora com o lançamento de seu novo álbum pela Central Gospel Music, “Tempo de Romper” que podemos considerar que a cantora lança um CD comercial com identidade para o mercado. Seu primeiro projeto não teve muita projeção e não é muito citado e nem teve divulgação por parte da Central, hoje já é outra história e esses quatro anos afastada do mercado a fez repensar em sua carreira e realmente foi produtivo, pois ouvimos um CD maduro. Não foi só no visual que a cantora mudou, mas em tudo, ela retoma a carreira mais segura de seu chamado musical e solta a voz com ainda mais potência após dedicar-se exclusivamente à maternidade durante esse tempo afastada.
 
A identidade visual do projeto foi idealizado pela Quartel Design, nisso inclui as fotos e a capa. Ficou bem apresentável, acrescentaram um relógio pra deixá-la conceitual, delicado e contemporâneo, diferente de outras capas apresentadas ao mercado, existe ainda aquele negócio de a primeira impressão é a que fica, e pelo menos a capa e o encarte estão muito bem apresentáveis. Em alguns de seus artistas a Central Gospel Music procura apresentar um projeto bem contextualizado bem forte, apostando sim todas as suas fichas, coisa difícil de se ver em outras gravadoras, e é o certo a se fazer quem quer ganhar espaço no mercado fonográfico deve reunir todas as suas forças e apresentar o melhor, quem ganha com isso é o artista, a própria gravadora e quem ouvir o projeto.
 
O drive e solos de guitarra juntos com cordas que dificilmente ouvimos em álbuns cristãos nacionais já na abertura, tudo isso pra anunciar a “Imprevisível” composição de Bruno Gusmão, o nome da música combinou com a proposta, vem realmente imprevisível, quem imaginaria que a cantora viria com uma música neste estilo com essa pegada e peso. A letra é bem forte e calha com o rock progressivo com cordas, “se eu vier um dia a precisar ser condenado, por perder a chance de me alar, não faz mal, a liberdade vive em mim de fato”. Criticamente é um avanço o que foi apresentado, mas qual será a reação de você que lê esta análise? Queremos saber, tem o espaço abaixo para comentários. Pra nós foi uma grata e boa surpresa.
 
“Sopra sobre nós” é aquela música que o produtor e a cantora colocam boas expectativas em cima da música, pra começar revela um novo lado da cantora que é em compor, escrita por Tatiana ganhou arranjos corajosos aqui com piano, o backing acompanhado forte, a voz de Tatiana está mais presente e marcante, podemos dizer que começa bem tranquila depois vira um pentecostal/ rock é aquelas que fica interessante pra ministrar ao vivo na congregacional, música bem arranjada. Os agudos que a cantora solta vê que a cantora passou realmente por um processo de transformação, a inexperiência do primeiro foi substituída por uma Tatiana mais certa do que quer fazer vocalmente. Tanto que ganhou versão em clipe.
 
 
 
 
"Precisei de quatro anos de experiências com Deus para que esse novo álbum criasse vida. Ele me fez passar por coisas incríveis e me ensinou a abraçar o meu chamado." diz Tatiana Malafaia, ao ser questionada para o direcionamento de sua voz com o agudo, algo marcante, ouvir por muito tempo cansa um pouco, mas a proposta ficou legal. “Deus de Milagres” traz um som mais no chão, mas explorando bem os agudos da cantora, esta ficou uma mistura de interpretação com congregacional a meu ver, as cordas e o piano vieram com tudo na intro. Esta é composição de Tony Ricardo que vem crescendo mais como compositor de álbuns não pentecostais, e são as músicas que mais tenho curtido do cantor.
 
“Canção de Rispa” composição de Bruno Gusmão baseada no texto de II Samuel 21.1-14 vem na linha pesada com cordas programadas. Ela é bem prá frente os arranjos adotados na intro/ nas estrofes/ no coro tudo ficou bem lá em cima sem descanso. Esta também ganhou versão em clipe e contou com a participação especial do companheiro de gravadora Jotta A que fez um excelente dueto com a cantora, canção até diferente do que o cantor apresenta, um bom dueto, a canção colaborou bastante pra que ela no resultado final ficasse bacana, no interlúdio a guitarra vem com alguns elementos que dá um brilho a mais, e claro Jotta A não poderia deixar de dar uns agudos e Tatiana está em sua fase também mostrou que sabe dar agudos.
 
 
 
 
“A doçura do Teu falar” composta pela própria cantora. Suas composições tem uma forma própria interessante a levada da letra que a cantora traz. Esta é a que mais começa tranquila até o momento, faz um duo pra diferenciar “há momentos em que posso ouvir Tua voz ressoar num trovão, e sentir um tremor se apossando de mim, abalando a estrutura do meu coração”, aqui ela dá uma caída na musicalidade pelo menos no começo, mas ao seguir da música ela vem na vibe pegada que o CD está se formando, e Tatiana faz um duo e até a tríade com ela pra diferenciar. O legal que os agudos que a Tatiana dá vêm do nada e você se assusta ao ouvir, não pensando negativa, mas positivamente, ela realmente se empenhou em dar o seu melhor.
 
Nesta quando ouvi me lembrei de que já tinha ouvido alguma cantora ter gravado ela, e fui pesquisar e claro a encontrei, Cristina Mel a interpretou no CD Um Novo Tempo, seu último projeto pela Line Records. Estamos falando de “Alcançar Teu Coração”, composição de Wagner Carvalho e Jill Viegas. Com pianos e cordas programadas por Bruno Aspira e loops criados pelo produtor musical deste álbum Wagner Carvalho, a ideia do duo segue aqui também com o começo mais calmo depois a canção vai crescendo, os agudos de Tatiana voltam a aparecer, Marcio Carvalho executa um solo muito bem elaborado. Só acho que ela ficou um pouco pra trás poderia ser trabalhada com um pouco mais prá frente.
 
Brevemente eu comentaria e daria uma oportunidade pra fugir deste comentário, mas o agudo da cantora é lindo? Sim, mas aos ouvidos cansaria se ela viesse com o CD inteiro nesta levada, mas ao começar a “Perfume do Céu” sem uma intro só com a nota na guitarra pra dar o tom, e o violão quem dá a levada da música, composição de Gislaine e Mylena, as novas artistas da MK Music e uma das mais requisitadas em composições da atualidade. “Eu tenho a mais linda rosa, uma joia tão rara, por valor nenhum pode se comprar, eu tenho o aroma que dura, o óleo que cura e exala o amor, o cheiro de Deus, eu tenho o cheiro de Deus, eu tenho o perfume do céu”, gostei demais deste trecho da melodia empregada nesta parte, creio que seja parte das compositoras e também do produtor musical. A música ficou mais no chão com a guitarra steel com muito violão dá um ar totalmente novo a levada do álbum que foi mais pop/ rok/ balada. Mas isso acaba em “Incalculável” de Bruno Gusmão, agitada bem rock na intro vindo com tudo, o drive, o baixo com um peso acentuado, a letra bem complexa e criativa falando do amor de Deus por todos nós que entregou o seu filho Jesus. Esta música também está presente em um dos álbuns de Paulo César Baruk.
 
Esta música só quem é cristão e quem lê a bíblia ou se preocupa em pesquisar e estudar a palavra de Deus vai entender, mas falarei um pouco sobre o “Vau de Jaboque” composição de Tatiana Malafaia, que significa lugar de travessia, na bíblia se pesquisar foi o local onde Jacó lutou com o anjo de Deus, onde ele se rendeu, onde ganhou um novo nome: Israel, e teve sua maior vitória. Musicalmente ela vem com a cozinha e alguns elementos de cordas de Derek, o backing vocal bem representado por Raquel Mello/ Bruno Bonatto e Marco Moreno. O backing realmente me chamou a atenção nesta música, um solo de guitarra de Marcio Carvalho brilha. “Caminho de Santidade” é de Davi Fernandes e Jill Viegas, a voz de Tatiana mais grave pelo menos no início, alguns elementos de stacatto nas cordas e o piano, congregacional, mas sem muitos elementos fortes. Fala da glória que encherá toda a terra e todos dirão que o Senhor é Santo. Um solo de violão está presente, a ponte é o ponto alto da música.
 
“Sol da Justiça” de Davi Fernandes e Renato César, levada pelo piano de uma maneira bem expressiva e delicada, o backing vocal uníssono é uma das coisas que mais me anima em uma música, dá um peso bem interessante. “Estou decidido a lutar, Tu és a razão pra eu me levantar, antes que o sol volte a brilhar eu louvarei o Teu nome” canção de exaltação e adoração a Deus. Em questões de letra esta é pentecostal, mas não deixaram tanto assim pra não confundir o público que a cantora quer trazer com este álbum “Quero Tocar-te” que traz a letra da mulher do fluxo de sangue. O compositor foi bem feliz na escolha das melodias Dyllian Rocha.
 
“Tempo de Romper” tema do projeto ficou para a penúltima a ser apresentada aos ouvintes, composição de Carina Lila. Tem um pouco de pentecostal também nesta, não é uma das melhores canções do álbum, mas tem um motivo de a cantora a deixar no álbum deve fazer parte de sua vida, deste tempo fora do mercado, mas a música não veio com tanta intensidade, poderiam ter trabalhado melhor nesta em questão de melodia ficou prá baixo. E finalizamos o CD com “Não quero errar” de Bruno Gusmão, deve ter alguma história por parte da cantora com esta música, que foi levada mais pelo piano e efeitos, é uma música que comercialmente poderia ter ficado de fora facilmente, gostei do álbum até a faixa “Caminho de Santidade” depois fica a gosto de cada um no projeto. Mas no geral é um álbum bem consistente.
 
Só não entendo ainda essa estratégia da gravadora de lançar mais de um clipe de uma vez, o meio fonográfico é até engraçado porque ou não se lança nenhum clipe ou se lança vários sem uma ordem programada de liberação no mercado. Poderiam sim melhorar essa estratégia de clipes e soltar aos poucos pra que vá gerando expectativas e desejo por parte do público para adquirir o trabalho. A Central poderia aditar uma estratégia interessante já que investe bem em clipes e sai na frente das outras gravadoras com este tipo de projeto.
 
Tatiana Malafaia é sobrinha do Pr. Silas Malafaia, e ele também aprovou o projeto, aquele estereótipo de cantora pentecostal já saiu com este CD. E como falado dos clipes quem cuidou da direção dos dois foi PC Junior, as locações são lindas de ambos os clipes, em “Sopra Sobre nós”, a música é forte e pra mim a começar caberia por parte de a produção musical acrescentar ao fundo a igreja cantando junto e no clipe poderiam ter feito em igreja com estas externas ficou cansativo assistir, mas em “Canção de Rispa” que contou com a participação de Jotta A já curti o clipe do início ao fim tudo casou.
 
Com algumas ressalvas este foi na verdade o álbum de estreia da cantora no mercado cristão, nem podemos considerar o álbum anterior como tal, a Central Gospel Music e a cantora estão de parabéns pelo projeto apresentado e realmente marcando de fato a estreia da cantora no mercado fonográfico cristão. Assim a cantora completa a análise: “Com esse CD, sinto que subi mais um degrau em direção à vontade do Senhor para a minha vida”, concluiu.
 
 
Fonte: Casa Gospel
casagospel.com
 

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