"O Streaming é libertador para quem gosta de ouvir música". A declaração foi dada pelo curador de conteúdo gospel da Deezer, Lincoln Baena durante sua participação na Expoevangélica 2018. Ele tem celebrado os bons resultados da plataforma digital na música cristã.
O bom retorno deste projeto sob sua coordenação levou o Brasil a se tornar um verdadeiro case para outros países da América Latina e também levou o próprio Lincoln a assumir esta missão de avançar com as plataformas digitais na música gospel lantino-americana.
Mas segundo Lincoln, a Deezer nunca enxergou o meio gospel como simplesmente um lance de sorte. Este projeto foi cuidadosamente elaborado pela diretoria da empresa, que entendeu a importância de ter alguém com experiência no meio para cuidar desta área.
"O projeto gospel da Deezer não surgiu do nada. O Henrique Fares, que é um dos nossos diretores, viu a oportunidade no mercado, estudou o mercado, viu por onde ele poderia começar e entendeu que precisaria de alguém de dentro do nosso segmento para poder tocar o projeto", explicou.
Lincoln destacou que o Brasil tem respondido muito bem à proposta das plataformas digitais, mas isto só está servindo para mostrar o quão vasto é o campo a ser trabalhado no país.
"O Brasil está muito mais avançado. Embora estejamos muito aquém daquilo que a gente pode, no stream a gente não chega a dois dígitos ainda. Então você imagina o quanto de gente ainda temos para conquistar", destacou. "Mas mesmo assim, a gente ainda consegue ser mais organizado, com os artistas mais antenados".
O CD está condenado?
Respondendo ao questionamento sobre o fim do CD, Lincoln afirmou que é provável que a mídia física não seja completamente extinta, mas sim se torne um recurso promocional, para que os artistas divulguem seu trabalho.
"Eu digo isso com um pouco de pesar, talvez porque eu trabalhei por muito tempo com designer gráfico. Então eu gostava de pegar no CD", confessou. "Como a gente ainda não conseguiu atingir uma gama de pessoas muito grande, dependendo da região do Brasil, ainda se vende CD. Não foi aquela mudança tão rápida como aconteceu do vinil para o CD, porque era de físico para físico, a gente só mudou a mídia. É um palpite meu, mas eu acho que a gente ainda leva uns dois anos para a chave virar definitivamente".
"Se você for para o Norte e Nordeste, em alguns lugares ainda existem CD's. Os próprios sertanejos fazem isso, usam o CD hoje, muito mais como divulgação do que como comercialização. Então eles fazem aquele CD promocional e distribuem nos rodeios", acrescentou. "Eu acredito que promocionalmente, ele vai ser uma ferramenta"
"Libertação"
Lincoln explicou melhor a "libertação" proporcionada pelo streaming e destacou a complexidade da transformação que as plataformas digitais estão trazendo para o mercado fonográfico.
"Eu fico pensando: uma mensalidade hoje no aplicativo é de R$16,90. Um CD custa 20 ou 25 reais. Com R$16,90 por mês eu tenho acesso a 53 milhões de músicas online e offline. Eu não preciso mais sair da minha casa para ir em mercado nenhum para comprar CD", afirmou.
O curador ainda usou uma ilustração um tanto comum aos evangélicos para explicar melhor o sentimento de alguém que gosta tanto de música ao descobrir uma plataforma como a Deezer.
"É libertador. É como se alguém lançasse uma unção de cura sobre a vida da gente e dissesse: 'Seja curado, você não precisa gastar todo esse dinheiro, compre outras coisas", disse Linconln com bom humor. "Você tem acesso a discografias que você nem vai achar em CD".
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