Alta no IPI para carros importados pode excluir Uruguai

Alta no IPI para carros importados pode excluir Uruguai

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Chry Tiggo é montado no Uruguai

(Foto: Divulgação)

  A secretária de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloisa Meneses, afirmou nesta terça-feira (27) que o Brasil pode abrir uma exceção para o Uruguai em relação ao aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. "A medida foi muito significativa para o Uruguai, mas o comércio é pouco significativo para o Brasil", afirmou depois de participar de uma reunião no Ministério da Fazenda com o secretário-executivo Nelson Barbosa e o vice-ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Luis Porto.

O Uruguai quer que as montadoras Kia, Lifan e Chery possam continuar exportando os carros montados no Uruguai para o Brasil sem o aumento do IPI. Essas montadoras não conseguem cumprir o índice de conteúdo regional que garantiria a manutenção do tributo no mesmo patamar.     A secretária lembrou que o Brasil tem um acordo automotivo com o Uruguai com uma cota de 12 mil veículos por ano, que podem entrar no Brasil com benefícios tributários. "O Uruguai está num esforço crescente para aumentar o conteúdo regional, mas a indústria de autopeças ainda é incipiente", afirmou. "Vamos estudar com carinho o pedido do governo uruguaio. A medida não foi feita para impactar a relação entre Brasil e Uruguai", completou.

Emergencial

Heloisa disse que o decreto elevando o IPI para importados deve ser encarado como emergencial. Segundo ela, o governo irá construir, até o final do ano que vem, um regime automotivo de fato com contrapartidas reais das montadoras. Ela falou que até lá, quando estará em vigor o decreto do aumento do IPI, não haverá um regime alternativo. "Não vamos fazer um regime alternativo. A medida deve ser encarada como de caráter emergencial e ponto. Queremos um programa mais estruturante de apoio às montadores e à indústria de autopeças com contrapartidas reais e inovação", disse a secretária.

Ela afirmou que o governo não deve voltar atrás da decisão de aumentar o IPI para carros importados e fará um acompanhamento em relação ao aumento de preços de automóveis e manutenção do emprego na indústria automotiva. Ela disse que a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em nenhum momento, comprometeu-se em manter os preços, mas afirmou que o setor não tem motivo para reajustes.

Heloisa ainda disse que, apesar do dólar estar mais alto, o que diminui a competitividade dos importados, a situação internacional ainda exige atenção. "A diferença de competitividade (entre carros nacionais e importados) ainda é muito grande", avaliou.            

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições