Companhias aéreas têm receio com aeroportos para 2014

Companhias aéreas têm receio com aeroportos para 2014

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

As principais companhias aéreas brasileiras estão preocupadas com a habilidade do governo para resolver os gargalos nos aeroportos do país nos próximos quatro anos, a tempo da realização da Copa do Mundo de futebol de 2014. O aumento da renda da população nos últimos anos, em meio ao crescimento da economia, vem fazendo com que mais brasileiros usem o avião como meio de transporte. De janeiro a junho, o tráfego de passageiros no país disparou 27,6 por cento ante igual período de 2009, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Assim, a própria demanda atual por transporte aéreo exige soluções imediatas, para problemas que vão de estacionamentos com poucas vagas em aeroportos até a falta de espaço para aviões, passando por terminais de passageiros insuficientes.

"Aeroporto bom é aeroporto em obras", afirmou à Reuters o vice-presidente Comercial e de Planejamento da TAM , companhia aérea líder no Brasil, Paulo Castello Branco.

"Existe um gargalo de infraestrutura aeroportuária notório no país, especialmente em São Paulo... Só não existe um caos aéreo porque a Anac limitou o número de operações nos aeroportos."

Segundo recente estudo da consultoria McKinsey, a capacidade dos aeroportos do país encerrou 2009 em 126 milhões de passageiros, com uma demanda de 111 milhões. Em 2014, o fluxo deverá alcançar os 146 milhões.

O levantamento da McKinsey aponta que dos 20 principais aeroportos, sete estão com pátios e terminais de passageiros saturados. E das 12 cidades-sede da Copa, apenas quatro não têm aeroportos com saturação em pátio ou terminal de passageiros atualmente.

"A Copa é oportunidade única de expor o Brasil para o mundo todo e o aeroporto é a primeira impressão do país para o turista. Dado o histórico (de investimentos do governo), a situação preocupa. Sem dúvida, os investimentos exigem foco e têm que deixar o alerta ligado", disse o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior. O governo federal trabalha com um orçamento de 6,5 bilhões de reais para investir nos aeroportos nos próximos anos, dos quais cerca de 5,5 bilhões de reais irão para as cidades-sede. A cifra contrasta com o que vinha sendo aplicado nos aeroportos. Em 2003, por exemplo, foram apenas 42 milhões de reais. Em 2006, 1 bilhão de reais foram injetados, valor que tombou para 270,3 milhões de reais em 2007, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento.

Procurada, a Infraero, estatal responsável pela administração dos aeroportos, não comentou o assunto até a publicação da reportagem.

"Estamos preocupados, sim, com o investimento do governo, mas estamos confiantes que esses mais de 6 bilhões de reais serão investidos num tempo que dará respaldo ao crescimento", disse o presidente-executivo da Azul, Pedro Janot.

As estimativas sobre o fluxo de passageiros que será gerado durante a Copa variam. Para a McKinsey, serão de 2,9 milhões a 5,8 milhões de passageiros a mais. Já a Ernest & Young calcula fluxo adicional de 2,25 milhões de passageiros no período do Mundial.

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