Importação bate recorde e superávit da balança é o menor desde janeiro

As importações bateram recorde histórico em novembro deste ano, quando a média diária de compras do exterior somou US$ 1,05 bilhão, informou nesta quinta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A série histórica disponibilizada pelo governo começa em 1995.

A média diária é considerada, por especialistas, o melhor critério para comparações, pois elimina a diferença de dias úteis existente entre os meses. Em valores absolutos, entretanto, as importações somaram US$ 21,19 bilhões e não foram as maiores da história - perdendo para agosto deste ano (US$ 22,28 bilhões). Saldo comercial e exportações em novembro

Com o forte crescimento das importações na véspera do Natal, o superávit da balança comercial brasileira (exportações menos compras do exterior) somou US$ 583 milhões no mês passado. Trata-se do resultado mais baixo desde janeiro deste ano, quando o saldo positivo somou US$ 398 milhões.

As exportações, por sua vez, somaram US$ 21,77 bilhões em novembro, ou US$ 1,08 bilhão por dia útil, ainda de acordo com os números do governo federal. Neste caso, as vendas externas não bateram recorde, que permanece sendo o mês de agosto deste ano (US$ 1,13 bilhão de média diária).

Acumulado do ano

Na parcial de janeiro a novembro deste ano, de acordo com o governo, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 25,97 bilhões. Com isso, registrou crescimento de 75,3% sobre o mesmo período do ano passado, quando somou US$ 14,81 bilhões.

O aumento do saldo comercial neste ano está relacionado, principalmente, com a elevação dos preços das chamadas "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro, entre outros) no mercado externo. Com o preço em alta, as vendas externas se tornam mais rentáveis - o que aumenta o valor das exportações.

As exportações brasileiras, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, somaram US$ 233,9 bilhões no acumulado deste ano, com crescimento de 28,7% sobre o igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 207,9 bilhões na parcial de 2011, com elevação de 24,6% sobre o mesmo período do ano passado.

Ano de 2010 e previsões

Em 2010, com o forte crescimento das importações, fruto do elevado ritmo de crescimento da economia brasileira (7,5%) e do dólar baixo - fator que encarece as vendas externas e tornam as compras do exterior mais baratas - o saldo comercial ficou positivo em US$ 20,27 bilhões, o valor mais baixo em oito anos.

O desempenho da balança comercial em 2011 tem surpreendido os analistas, visto que, no início deste ano, o mercado financeiro acreditava que o superávit ficaria abaixo de US$ 9 bilhões. Com os bons números dos últimos meses, este dado tem sido constantemente revisado para cima.

Os economistas de instituições financeiras acreditam atualmente que, mesmo com um crescimento menor da economia (cerca de 3,1%) e com um dólar baixo registrado em boa parte deste ano, a balança comercial brasileira, principalmente por conta da alta dos preços das "commodities", deve registrar um saldo positivo de US$ 28,2 bilhões neste ano.