2ª fase da Unicamp usará situações da vida real, diz coordenador

2ª fase da Unicamp usará situações da vida real, diz coordenador

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:00

A segunda fase da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que vai de domingo (16) a terça-feira (18), privilegia o candidato que tem prática de leitura e que entende o que o enunciado da questão pede, segundo professores de cursinho ouvidos pelo G1. Se não souber toda a resposta da pergunta, o estudante deve tentar mostrar o máximo que sabe, para tentar garantir ao menos uma parte da nota.

O coordenador do vestibular da Unicamp, professor Renato Pedrosa, deu ao G1 a fórmula para o candidato se sair bem na segunda fase. É essencial "ter boa preparação em termos de conteúdos, habilidades de leitura, compreensão e capacidade de escrever as respostas de forma clara. Boa parte do conteúdo é avaliada via problemas que são oriundos de situações relevantes na ciência e na vida real", disse.

O vestibular da universidade mudou neste ano. A segunda fase terá três dias com 24 questões cada. Antes eram quatro dias. No primeiro dia, os candidatos fazem provas de português e matemática, com 12 perguntas de cada disciplina. No segundo dia, serão realizadas as provas de ciências humanas, com 18 questões, divididas por história e geografia, e inglês, com 6 perguntas. No terceiro dia, a prova é biologia, química e física, com 8 questões cada. Todos os candidatos fazem as provas e há pesos diferentes na correção dependendo da carreira.

"O estudante pode esperar o mesmo estilo de prova que a Unicamp vem desenvolvendo desde que passou a realizar seu próprio vestibular, com ênfase em leitura e compreensão e solicitação de conhecimentos e conteúdos desenvolvidos no ensino médio", disse Pedrosa.

Segundo Célio Tasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante, questões sobre filosofia devem estar misturadas a perguntas de história, como perguntas sobre absolutismo, que incluam Maquiavel ou Hobbes. "O manual do candidato diz que filosofia deve começar a ser mais cobrada a partir dos próximos anos", disse. Se cair sociologia, também será misturada a geografia, de acordo com o professor. Há ainda a possibilidade de haver questões relacionadas a artes.

As questões têm dois itens. O primeiro costuma ser bastante simples e o segundo mais complicado e mais classificatório, segundo Tasinafo. "O que define é o conjunto da prova, por isso tem de estar descansado para fazer os três dias de provas", disse.

Tranquilidade

Para Daniel Montanini, de 20 anos, estudante do terceiro ano de medicina da Unicamp, fazer as provas de maneira tranquila é essencial para garantir um bom resultado. "Não era o melhor aluno, não tirava as melhores notas da escola, mas ficava o mais tranquilo possível durante as provas", afirmou, ao justificar seus resultados positivos nos exames.

Montanini passou no vestibular da Unicamp e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) assim que concluiu o ensino médio, e nem precisou fazer cursinho.

A dica do veterano é para que os candidatos nesta reta final deixem os livros e cadernos de lado e ocupem a mente com filmes, livros ou jogos que estimulem o raciocínio. Outra recomendação de Montanini é evitar comentários e conversas sobre as questões ao sair das provas. "Ao ouvir os outros, o aluno vai começar a pensar que poderia ter escrito isso ou aquilo, que errou tal questão... Ninguém é aprovado acertando 100% das perguntas. Quando a prova esta difícil para alguém, está difícil para todo mundo. Quem passou pela primeira fase, está preparado para entrar. A questão é controlar os nervos", afirmou.

Estratégia

Ser estratégico é decisivo para conseguir uma boa pontuação, de acordo com o coordenador geral do Curso e Colégio Etapa, Edmilson Motta. "As provas são longas, apesar da redução dos dias. A provas tem 24 questões com dois itens cada, ou seja, são 48 perguntas. O aluno tem cinco minutos para responder cada item", disse Motta.

Na hora de escrever as respostas, é preciso lembrar que as letras e números devem ser legíveis. "A resposta de matemática tem que mostrar a resolução. Uma resposta seca pode dar a impressão de que o candidato colou", disse o coordenador do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento.

O professor lembra ainda que é melhor escrever tudo que souber do que deixar alguma questão em branco. "Se tiver alguma parte correta, dá para pontuar", afirmou Nascimento.

Motta lembra que o estudante deve procurar escrever apenas o que é mais relevante e ser direto. Nas contas, pode mostrar só as partes mais difíceis, que são mais decisivas, para não ficar sem espaço e tempo para responder tudo.

Apesar de as provas da Unicamp ocorrerem nos mesmos dias de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que seleciona estudantes pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para vagas em universidades públicas, dá para fazer a inscrição pela manhã e sair com tempo para o vestibular, de acordo com o coordenador do Anglo. As inscrições começam às 6h.

Os professores recomendam que o estudante confirme seu local de prova na segunda fase, porque pode ser diferente da primeira fase, e que visite o local de prova no sábado. Nos dias de provas, devem chegar por volta das 12h, para entrar na sala às 12h30 e começar a prova às 13h, horário de fechamento dos portões.

O sábado também é dia de separar o material necessário para fazer a prova. Nascimento lembra que a Unicamp exige uso de caneta esferográfica transparente.

Abstenção

Segundo Pedrosa, a expectativa do vestibular é que se mantenha o nível histórico de abstenção. Sobre o número recorde de faltosos na segunda fase da Fuvest, que foi de 7,8% a 9%, o professor disse acreditar não ser significativo.

"Tendo em vista a abstenção que ocorre nas demais universidades públicas, em particular nas federais. Há uma proliferação de alternativas, a Unicamp e a Fuvest realizam seus vestibulares em várias capitais e cidades do estado de SP e há crescente conflito com processos locais. Portanto, não me parece muito significativo o que está ocorrendo. Acredito que os candidatos mais qualificados e que realmente têm interesse pelos cursos dessas universidades estão participando do processo", afirmou o professor.

Por: Fernanda Nogueira e Vanessa Fajardo

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