Além da nota, banca avalia inserção prática do TCC

Além da nota, banca avalia inserção prática do TCC

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Currículo profissional e acadêmico de avaliadores deve ser considerada

Como escolher a banca

- Verifique se o regulamento da universidade permite aos estudantes escolher os avaliadores. Em alguns casos, essa responsabilidade é da própria instituição.

- Fique atento à experiência profissional do convidado. Priorize os que atuem na mesma área de seu projeto e que tenham vivência acadêmica.

- Procure saber se, na opinião do orientador, seu escolhido está apto para avaliar o trabalho.

- Antes de formalizar o convite, faça um pedido informal pessoalmente, por telefone ou e-mail.

- No convite formal não esqueça de informar data, hora e local de apresentação do trabalho, assim como o tema do projeto e os nomes dos integrantes do grupo.

- Faça o pedido pelo menos um mês antes da data da avaliação.

Além de todo o trabalho de pesquisa e produção do TCC (trabalho de conclusão de curso), em algumas universidades o aluno ou grupo também é responsável por indicar a os avaliadores que irão compor a banca final. Para a escolha, é necessário considerar a experiência profissional e acadêmica do convidado sobre o tema do trabalho.

Isso porque a função da banca não é apenas a de atribuir uma nota, mas também de propor melhorias para o desenvolvimento do trabalho. Na opinião de Arlenes Silvino da Silva, diretor do Instituto de Ciência da Computação da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), essa contribuição só é efetiva quando a mesa é composta por profissionais que dominem o tema do projeto. "O ideal é que o avaliador tenha vivência profissional no segmento", relata.

Nem sempre os alunos sabem onde encontrar profissionais com esse perfil. "Esse é o momento de conversar com o orientador do projeto, que geralmente conhece pessoas da área temática e pode ajudar a encontrar um avaliador", recomenda Sérgio Lex, coordenador do curso de Administração do Mackenzie (Universidade Presbiteriana Mackenzie). Para ele, o orientador deve interferir na escolha quando considera que o grupo não entra em acordo sobre quem indicar. "A sugestão pode ser dada também quando os indicados pelos alunos não são aptos a avaliar o projeto", acrescenta.

Nathalia Pereira da Silva, graduada em Rádio e TV pela Cásper Líbero (Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero) afirma que seu grupo teve dificuldades para fazer a escolha. Mas a proximidade com profissionais do ramo, conseqüência do estágio, contribuiu para que a equipe solucionasse o impasse. "Na época, trabalhava em uma emissora de televisão com um jornalista que tinha experiência com produção de programas com formato parecido ao do nosso projeto", conta.

A escolha de Nathalia, segundo Lex, foi bastante sensata. Para ele, o convidado para a avaliação do TCC precisa ser um conhecedor do assunto abordado. No entanto, á rede de relacionamentos dos alunos não é construída apenas no estágio. "Durante o desenvolvimento do projeto os estudantes fazem uma pesquisa ampla sobre o assunto escolhido e conhecem profissionais de referência sobre o tema. É comum pedir a esses contatos para serem avaliadores do trabalho final", afirma o coordenador.

O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), Carlos Hardt, recomenda que o profissional também tenha experiência acadêmica. "É aconselhável procurar alguém habituado com processos de avaliação. Os que não têm costume de avaliar trabalhos podem ter problemas", comenta.

Silva sugere, antes da formalização do convite, uma consulta ao currículo do possível avaliador. "Muito deles têm cadastro na Plataforma Lattes, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Caso contrário, opte por um bate-papo informal", orienta. Não é imprescindível, no entanto, que o convidado seja professor, acredita Lex. "É preciso apenas ter afinidade com a academia porque ele terá o papel de julgar o projeto, além de fazer críticas e sugestões construtivas", opina.

Referência de mercado

Os convidados da banca, para Silva, devem avaliar a proximidade do projeto com as necessidades do mercado. "A função da banca vai além de avaliar os alunos e aplicar uma nota ao projeto apresentado. Os profissionais contribuem com o desenvolvimento do trabalho, tornando-o mais próximo da realidade comercial", salienta. 

O olhar externo, de acordo com Joyce Bevilacqua, coordenadora do curso de Ciência da Computação do Senac São Paulo (Centro Universitário Senac de São Paulo), consegue identificar tanto aspectos teóricos como práticos do projeto. "O convidado evidencia pontos que agregariam valor ao trabalho, mas que passam despercebido pelos estudantes e pelo orientador", julga. Ela acrescenta que o profissional também contribui com novas idéias e diferentes pontos de vista sobre o trabalho avaliado. "Já houve casos de alunos que, por causa de observações feitas por convidados da banca, decidiram fazer mestrado para desenvolver mais o tema", ressalta.

Na opinião de Nathalia, a experiência do avaliador permitiu que ele analisasse como o projeto atingia o objetivo proposto e o público-alvo. Já o professor escolhido pelo grupo de José Carlos Barbosa, graduado em Administração pela Faenac (Faculdade Editora Nacional), fez observações sobre a apresentação do trabalho. "Ele nos mostrou os pontos onde erramos e deu conselhos para melhorarmos", afirma.

Procedimentos burocráticos

Segundo Lex, é preciso confirmar a disponibilidade do avaliador. "É necessário pensar em, pelo menos, mais um indicado, caso aconteça algum imprevisto e o primeiro escolhido não possa comparecer". Esse também foi o conselho da orientadora de Barbosa. "Nossa banca era composta apenas pela orientadora e por um professor da faculdade que seria escolhido pelo grupo. Precisamos pensar numa segunda opção para atender às regras da instituição", conta. Ele ressalta que a escolha levou em consideração o conhecimento e a experiência do docente na área do TCC. "Ele havia dado aulas para nossa turma e sabíamos que seria rigoroso na avaliação", explica.

Após a escolha, Barbosa passou os nomes indicados para a orientadora, que os enviou à coordenação do curso, encarregada de formalizar os pedidos. "A diretoria da graduação é quem programa os horários das avaliações nas bancas", explica o administrador. Mas o convite inicial aos avaliadores, segundo Joyce, geralmente é informal. "Pode ser feito por telefone ou e-mail. O convite formal só é efetivado quando a resposta é positiva", enfatiza. Ela diz que, ao redigir a correspondência que oficializa a participação, é imprescindível incluir informações como data, hora e local. "É aconselhado ainda que o documento tenha o tema do trabalho e o nome dos integrantes do grupo. Lembre-se que o contato deve ser feito com cerca de um mês de antecedência", alerta.

No caso da PUCPR, quem escolhe os profissionais relacionados à área do TCC é a comissão que cuida dos projetos. "Entretanto, se um dos integrantes do grupo for contra o escolhido, deve avisar à coordenação, que contata um substituto", ressalta Hardt. Apesar da opção, o coordenador diz que são raros os casos de estudantes que discordam do nome escolhido pela universidade.

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