Aprovados em 2010 dão dicas para quem vai fazer a 2ª fase da Fuvest

Aprovados em 2010 dão dicas para quem vai fazer a 2ª fase da Fuvest

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

A segunda fase do vestibular da Fuvest começa neste domingo (9) com provas de português e redação. Serão três dias de provas de dissertação para definir entre quase 36 mil estudantes quem vai ficar com uma das 10.752 vagas na Universidade de São Paulo (USP) e na Santa Casa. Outros 2,3 mil treineiros também farão a prova. Nesta reta final de estudos, o G1 ouviu cinco estudantes que passaram na Fuvest em 2010 e cursaram o primeiro ano de medicina, jornalismo, engenharia e direito no ano passado. Eles revelam o que fizeram para se dar bem nas provas.

'Estudei até no dia da prova'

Thaís Renata dos Santos, de 19 anos, começa neste ano o segundo ano do curso de medicina na USP. A estudante fez questão de estudar durante o dia, a noite e até algumas madrugadas na semana que antecedeu a segunda fase do ano passado. “Não parei de estudar principalmente na fase de final de ano, nem para as festas”, disse.

A jovem participava de aulas no cursinho pela manhã, depois estudava sozinha em casa. O foco de Thaís eram disciplinas em que tinha mais dificuldade, como história, geografia e temas filosóficos, que sabia que poderiam cair na redação.

“Peguei os livros e dei uma passada, para lembrar que as matérias existem, mesmo nas que tinha facilidade, e ter ferramentas nos exercícios de exatas”, afirmou.

No dia anterior à prova, Thaís foi para a casa de um amigo para os dois se ajudarem nos estudos. Ele ensinou geopolítica a ela. Thaís retribuiu com explicações de física. “Trocamos muito conhecimento”, disse.

Além disso, na manhã do domingo, dia da prova de português e redação, a estudante pesquisou na internet temas filosóficos, personalidades importantes e frases interessantes que pudesse usar no texto. “Dei sorte. Na redação, foi um dos temas mais filosóficos que já caíram (o tema foi imagens e símbolos). Talvez seja uma tendência, mas não dá para saber”, afirmou.

Thaís disse que não namorava na época do vestibular. “Não acho bom namorar nessa época. Namorado fica atrapalhando a vida da gente”, afirmou. A estudante disse que contou com o apoio da família. “Acreditaram muito em mim. Não sei como me aguentaram. Minha mãe teve muita paciência. Fiquei nervosa”, disse.

'Só estudar não dá certo, você fica louco'

Após concluir o ensino médio e prestar pela primeira vez o vestibular da USP, em 2008, Luiz Gustavo Leal Machado Talarico, de 20 anos, tirou o ano seguinte para fazer cursinho e se dedicar aos estudos. Deu certo. No ano passado, ele foi aprovado em engenharia de produção nas principais universidades do país: USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Apesar da vontade em conseguir a vaga na faculdade, Talarico diz que não deixou de sair com os amigos e se divertir. "Nunca estudei muitas horas seguidas. Isto cansa e faz o estudante perder a vontade. Estudar por obrigação não rende.”

As baladas, Talarico também não dispensou. Apenas usou o bom senso. “Só estudar não dá certo, você fica louco. Tem de parar um pouco, encontrar amigos, ir ao cinema. Não ficar só em cima dos livros. Saía aos sábados à noite porque de manhã tinha aula e às sextas, simulado.”

Para ele, a receita que deu certo foi frequentar as aulas do cursinho, fazer exercícios em casa mas sem extrapolar nas horas seguidas de estudo. “Pensei várias vezes em desistir, mas meus pais me incentivaram. Quando ia para as provas, não ficava nervoso. Sentava e fazia o que sabia. Ficar nervoso na hora é um dos maiores erros que um candidato da Fuvest pode cometer.”

'Fiz um simulado em casa'

Marianna Almeida Hollaender, de 19 anos, também fez o primeiro ano de medicina na USP em 2010. A estudante lembra que a semana anterior à segunda fase foi de muito nervosismo. “Vários amigos e familiares me davam parabéns por eu ter passado para a segunda fase. Eu não sentia que merecia, porque ainda não tinha passado em nada e achava que não ia conseguir”, afirmou.

A estudante, que fez um ano de cursinho, disse ter estudado “pouco” nas vésperas da prova. “Peguei as provas do ano anterior com o tempo cronometrado. Como se fosse o simulado em casa mesmo”, disse. Marianna chegou até a sair nos dias que antecederam as provas. “Fui ao cinema. Fiz programas bem tranquilos para relaxar.”

Para ela, seguir sugestões dos professores ajuda bastante, como rever provas anteriores, relaxar, ver filmes no dia anterior à prova, conversar com amigos que estão em situação parecida, checar o material necessário para a prova, controlar o tempo na hora do vestibular e fazer uma letra legível. Além disso, disse que é melhor evitar sair da rotina. “Não dá para fazer nada fora do usual nas vésperas da prova. Não dá para tentar comer comida mexicana para ver se dá sorte e depois passar mal”, afirmou.

'É importante ter confiança'

Francesco Scotoni Mendes da Silva, de 20 anos, vai começar o segundo ano de direito na USP neste ano. O jovem começou a se preparar para a segunda fase logo após as provas da primeira. “Peguei a lista do que já tinha caído na Fuvest e foquei em exercícios e temas de provas anteriores”, disse.

Como a segunda fase ocorreu logo após o réveillon, em 3 de janeiro, ele disse ter parado de estudar no dia 31. “Passei as festas em casa. Tranquilo. Só descansei”, afirmou. Francesco chegou preparado ao vestibular após fazer cursinho durante todo o ano. “Não fiquei nervoso. Estava seguro. Tinha feito muitos exercícios e simulados. Sabia como ia funcionar”, disse.

Rever as provas anteriores deu segurança ao estudante. “Mais do que estudar. Acho que o mais importante é ganhar confiança, porque quando vi que sabia fazer os exercícios, fiquei seguro”.

Na hora de fazer a prova, o jovem disse ter dado prioridade às questões que sabia fazer e depois fez aquelas que tinha que tentar lembrar como resolver.

'Tentei ficar ‘zen’ e me apegar com Deus'

Aluna de escola pública, Carolina dos Santos Vellei, de 19 anos, entrou o curso de jornalismo da USP no ano passado. Estudava de segunda a sábado, e aos domingos descansava. “Deixei de sair com os amigos, pois não tinha mais tempo. O cursinho tinha muitas atividades extras e também por isso ficava sem grana para sair.”

Segundo a estudante, todo seu foco foi direcionado ao vestibular. “Terminei meu namoro durante o ensino médio e para mim foi bom estar solteira. Não queria correr o risco de desfocar.”

Carolina afirma que estudou até dois dias antes da segunda fase da Fuvest.

"Se você para, seu cérebro congela porque está acostumado a uma determinada rotina", afirma. Mas, apesar disso, ela garante que a tranquilidade foi fundamental para o bom resultado.

“Também tem de ter espiritualidade, tentava ficar ‘zen’ e me apegar com Deus. Meus pais também me apoiaram bastante, sempre me deram força para eu não entrar em pânico.”

Para ela, o esforço valeu a pena. “Faria tudo de novo dez vezes. Muita gente desiste no primeiro ano e não pode. Nada é impossível, não é clichê. Estudei em escola pública e deu certo. Cada um tem de encontrar sua forma, não há receita.”

Por Fernanda Nogueira / Vanessa Fajardo

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