Brasil gasta R$ 87 milhões por ano com reposição de livros escolares

Brasil gasta R$ 87 milhões por ano com reposição de livros escolares

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:56

Todos os anos, o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), responsável pelos programas brasileiros de livro didático, precisa repor em torno de 16% das publicações compradas para alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas do país.

De acordo com a coordenadora-geral dos Programas do Livro, Sonia Schwartz, o índice está dentro do esperado e nunca será "zerado". Ainda assim, representa um gasto anual de R$ 87 milhões.

- A reposição é natural. Sempre tem um livro que é extraviado, ou que molha, estraga ou o aluno perde.

Os livros comprados pelo MEC (MInistério da Educação) e distribuídos às escolas públicas têm durabilidade prevista de três anos. A exceção são as obras destinadas para alfabetização de crianças, que são “consumíveis”.

Bom uso do material

A coordenadora de programa alerta que as escolas precisam orientar os alunos para o bom uso do material – e dos recursos públicos. Os índices mais altos de má conservação, segundo o FNDE, são dos estados do Norte e Nordeste: 20% das obras precisam ser respostas anualmente. No Sul, esse patamar é de 10% e no Sudeste e Centro-Oeste, de 15%.

O início das atividades escolares é um período propício para que a escola trabalhe com os estudantes a importância de conservar bem as obras. Uma das estratégias adotadas é pedir aos pais que assinem um termo de, compromisso quando o livro que é entregue no início do ano. Sonia diz que não há previsão de multa ou outra penalidade caso o material não seja devolvido ao final do período letivo, mas ressalta que é importante a escola ter esse tipo de controle.

O procedimento é adotado pela Escola Classe da 206 Sul, em Brasília. Segundo a professora Erika Dinato, em geral os alunos “cuidam muito bem” do material. Suelen Kriebel, aluna do quarto ano do primeiro grau da escola, afirma que a mãe a ajuda a cuidar das obras.

- Minha mãe encapa os livros todo ano. A professora fala sempre para não riscar e ele fica aqui na escola, na estante. A gente só leva para casa quando tem dever.

Sônia da Conceição Guedes, também professora da escola, conta que um argumento forte para convencer os alunos sobre a necessidade de conservar os livros é que no ano seguinte ele será utilizado por um colega.

- Desde pequeninhos, eles já têm essa noção. No primeiro dia de aula, a gente diz que no ano seguinte o livro vai ser para o coleguinha, para um irmãozinho mais novo, um primo. A maioria já tem irmão na escola e quando é ele quem vai usar no ano que vem os alunos têm o maior cuidado.

A coordenadora do FNDE conta que algumas escolas escolhem um dia na primeira semana para encapar os livros junto com os alunos ou promovem gincanas no fim do ano premiando as turmas que tiveram o maior número de exemplares devolvidos.

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