Brincadeira com figurinhas da Copa do Mundo vira "febre" nas escolas

Brincadeira com figurinhas da Copa do Mundo vira "febre" nas escolas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:24

As figurinhas do álbum da Copa do Mundo da África do Sul arrebataram colecionadores de todas as idades e resgataram uma brincadeira esquecida nas escolas, a de ''bater bafo.'' A regra é: com a mão em forma de concha, o jogador bate no monte de cromos e fica com os que conseguir virar. A poucos dias do início do mundial, os colecionadores aceleram a frequência das ''batidas'' e das trocas para completar os 638 cromos da coleção.

Alexandre Ignarro Elias, de 7 anos, aluno do 2º ano do Colégio Sion, só precisa de 40 figurinhas para completar o álbum. Segundo ele, a melhor forma de conquistá-las é ''batendo bafo''. O garoto garante que não perde uma disputa e mostra habilidade ao bater um monte e virar muitas ao mesmo tempo. O treino é feito em casa. ''Meu pai e meu irmão de 19 anos me ensinaram e eu já ganhei várias''.

Francisco Feola Pereira, de 10 anos, também quer terminar a coleção em breve, trocando e ''batendo'' cromos com colegas e familiares. O garoto diz que seu monte de figurinhas repetidas já tem mais de 30 centímetros - fruto do investimento diário em pelo menos seis pacotinhos (cada um vem com cinco unidades). ''Pelo menos as dos escudos dos times eu já consegui todas.''

As meninas também entraram na brincadeira e provam que futebol não é só para eles. Manuela Sabino Costa, de 8 anos, também ''bate'' figurinhas, mas confessa que este não é o seu forte. ''Não sou boa e perco muitas de uma só vez, por isso prefiro trocar. Acho que só vou conseguir completar meu álbum lá para o meio da Copa.''

No Colégio Sion, em São Paulo, até os professores aderiram à moda de colecionar, ''bater'' e trocar. ''Acho muito estimulante e saudável. Na classe nunca tive problemas e acho que eles cooperam mais pelo fato de eu ter o álbum'', diz Valéria Cristina Padial, de 44 anos, professora de inglês, que monta o álbum em parceria com a filha de 18 anos.

Troca

Aos que ainda não finalizaram a coleção, os alunos Matheus Vieira, de 10 anos, do 5º ano, e Pedro Enrique Melo Rossi, de 8 anos, do 4º ano, dão a dica: ''O segredo para completar o álbum é trocar bastante, não adianta ficar comprando'', afirma Pedro Enrique. Ele conta que trocou um bolo de 300 figurinhas por apenas uma, do jogador Deco, de Portugal, que já estava colada no álbum do amigo.

Para o professor de educação física do Sion, Otávio do Nascimento Barros Filho, de 42 anos, que também se rendeu aos encantos dos cromos de futebol, a prática de trocar e ''bater bafo'', além de ser divertida, representa um momento de paz e socialização. ''Adultos e adolescentes aderiram e muitas crianças já estão completando o segundo ou terceiro álbum''. O professor guarda os cromos repetidos por ordem numérica, amarrados por elástico em grupos de cem.

No Colégio Franciscano Pio XII, em São Paulo, a brincadeira com as figurinhas fez parte da programação da Festa da Família, promovida no dia 22 de maio, em substituição à comemoração dos dias dos pais e das mães. A coordenadora de comunicação, Simone Collalto, diz que a escola vê a atividade como parte do conhecimento adquirido pelos alunos. ''A Copa do Mundo também está sendo explorada nos conteúdos pedagógicos em sala de aula. Tudo isso é história''.

O diretor-geral pedagógico do Colégio Dante Alighieri, Lauro Spaggiari, concorda que a moda ''que ganha mais adeptos a cada Copa'', tornou-se um canal de socialização. ''Os alunos acabam conversando com outros com quem têm pouco contato em busca das figurinhas mais difíceis e isso é muito positivo''.

Por Vanessa Fajardo

Foto: Mateus Mondini / G1

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