Campeã de natação de 17 anos larga carreira para fazer faculdade nos EUA

Campeã de natação larga carreira para fazer faculdade

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:13

Acostumada a vencer competições como integrante de seleção brasileira juvenil de natação, Camila Zattar, de 17 anos, moradora de São Paulo, conquistou mais um pódio: foi aceita em quatro universidades americanas. São elas: Universidade da Califórnia (UCLA) em Los Angeles, Universidade da Califórnia (UCSD) em São Diego, Universidade da Califórnia em Berkeley e Notre Dame. Também ficou na lista de espera para Yale e Michigan. Camila optou pelo curso de relações internacionais na UC Berkeley. As aulas começam em agosto.

Para garantir a vaga, Camila teve de encarar um rigoroso processo de seleção que inclui exame de conhecimento específico em inglês e teste de proficiência. Antes disso, enfrentou um dilema pessoal em setembro do ano passado: escolheu abandonar a carreira de atleta que começou aos 12 anos para se dedicar exclusivamente aos estudos.
Camila foi atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, integrou a seleção brasileira por quatro anos e foi bicampeã sul-americana juvenil. Durante a carreira, ela competiu na Turquia, Polônia, Peru e Argentina. Camila tem oito medalhas de ouro na prova de 200 metros de nado borboleta em campeonatos brasileiros, e duas de ouro nesta mesma prova em campeonatos sul-americanos. Na Polônia, ela garantiu medalha de prata em uma competição chamada Multinations Junior Swimming Meet.

Mesmo diante da possibilidade de seguir a carreira esportiva para lutar por uma vaga nas Olimpíadas que serão realizadas no Rio de Janeiro, em 2016, quando terá 21 anos, Camila decidiu optar pelos estudos. "Foi uma decisão muito difícil. Fiquei viciada em esporte, mas no final achei que a natação não tinha mais nada a me acrescentar", afirma. "Tinha de escolher uma carreira e construir meu futuro. Mas é claro que sinto falta, tinha dia que acordava às 5h da manhã para treinar, a natação ocupava grande parte da minha vida", diz a ex-atleta. "Talvez, se eu continuasse, pudesse ir para as Olimpíadas de 2016. E se a oportunidade surgir, talvez eu volte a nadar sim, mas por enquanto quero estudar mesmo."
Segundo ela, quando teve de parar, chorou, ficou triste e passou algum tempo chateada. "Mas não me arrependo, estou feliz da vida indo para a universidade que queria. Vou começar uma vida nova", destaca Camila. Ela diz que depois que estiver adaptada à vida acadêmica em Berkeley, poderá até voltar a nadar na universidade. Mas o foco agora está nos estudos do curso de relações internacionais.

Enem americano
A vaga foi conquistada por meio do Scholastic Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de "Enem americano", que também é aplicado no Brasil aos interessados em disputar vagas nas universidades americanas. Para ser admitido também é necessário fazer o teste de proficiência em inglês, o Toefl (Test of English as a Foreign Language).
Nas provas do SAT, uma geral de inglês e matemática, Camila fez 2.130 pontos e na segunda com questões sobre matemática, biologia e química fez 2.200 pontos (a pontuação máxima era de 2.400 em cada). No Toefl, a estudante garantiu nota 109, quando o máximo era 120.
Camila afirma que o formato das provas é diferente das brasileiras, por isso se tornam difíceis, mas como boa preparação e esforço, é possível se dar bem. Além disso, um histórico de boas notas no ensino fundamental e médio também é imprescindível para convencer as instituições americanas a admitir o candidato. Camila sempre estudou na rede particular e concluiu o ensino médio no Colégio Dante Alighieri, em São Paulo.
A jovem optou por estudar nos Estados Unidos e não outro país no exterior pela fama das universidades americanas serem as melhores do mundo e pela valorização que os Estados Unidos dão ao esporte. "Fui visitar a universidade e achei impressionante. As pessoas vão a pé, andam de bicicleta pelo campus. O gramado é verde, como nos filmes."

Sustentabilidade
Filha de um engenheiro que trabalha com administração e de uma arquiteta, Camila diz que os pais sempre a apoiaram em tudo e que sentirá muitas saudades. "Sei que no começo vai ser bem difícil, vou chorar, ficar perdida, mas depois acostumo porque é um sonho meu. Uma hora ou outra todo mundo sai de casa. Espero que eles me visitem, vamos nos falar muito por telefone, pela internet. Sentirei muita falta, mas não vai ser limitante."
Os planos pós conclusão do ensino superior contemplam o Brasil. A princípio, Camila quer voltar e trabalhar no país de origem. "Sinto vontade de fazer algo pelo meu país. Gosto da ideia da sustentabilidade, das soluções sustentáveis, de trabalhar com meio ambiente, mas ainda tenho tempo para decidir."
Até não chegar o dia de fazer as malas e deixar o Brasil, Camila controla a ansiedade e tenta se ocupar com aulas de kung fu e italiano. "Quando soube do primeiro resultado pensei: 'ufa! alguma coisa deu certo.' Todo mundo já estava indo para algum lugar e eu não. Fiquei muito feliz, meus pais orgulhos. É a sensação de que o esforço valeu a pena. Agora é só festa."

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