Vizinha à favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, e famosa por concentrar a elite carioca, a Escola Americana, na Gávea, vai blindar mais janelas da sua construção, de acordo com a empresa EMS Blindagens Arquitetônicas, que recentemente fechou contrato com o colégio bilíngue.
Segundo a empresa, a escola já possui algumas áreas com blindagem à prova de tiro. ''Vamos fazer um trabalho pequeno, são duas ou três janelas para blindar'', disse o diretor da filial da EMS no Rio, Emerson Mendonça dos Santos. Segundo ele, essa é a primeira vez que a blindadora faz um trabalho em uma escola.
A administração do colégio, porém, informou que não divulga informações sobre a segurança da instituição.
Depois da morte de Wesley Guilber Rodrigues, de 11 anos, na última sexta-feira (16), pais, alunos e professores voltaram a discutir medidas para aumentar a segurança nas escolas que ficam perto de áreas de risco. Wesley foi atingido por um tiro enquanto assistia à aula de matemática no Ciep Rubens Gomes, em Costa Barros, no subúrbio. Na segunda-feira (19), a prefeitura do Rio descartou a possibilidade de blindar escolas municipais.
O preço para reforçar a segurança de alunos e professores é alto. No Rio de Janeiro, uma blindagem do nível 3, que segura balas de fuzil e que é a mais solicitada, custa cerca de R$ 3 mil o metro quadrado, segundo a EMS.
Efeito UPP
Enquanto a solução para a violência no Rio ainda está distante, instituições decidem amenizar o problema através da blindagem. Outra escola particular que pensou em reforçar seus vidros foi a Escola Alemã Corcovado, que fica em Botafogo, também Zona Sul, próximo à Favela Santa Marta.
Mas depois da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região o projeto foi abortado. A informação é da administração do colégio e também de uma blindadora carioca, que foi sondada na época.
Em 2008, o edifício Ernani Braga, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi blindado. O prédio fica na Avenida Brasil, em Manguinhos, no subúrbio do Rio, região com grande incidência de balas perdidas.
Falta segurança em 200 escolas, diz sindicato
Para o Sindicato dos Profissionais em Educação do Rio (Sepe-RJ), falta segurança em cerca de 200 escolas, entre unidades municipais e estaduais, que ficam perto de favelas. Segundo o sindicato, uma das medidas para garantir a segurança de estudantes e professores seria o fim das operações policiais no horário escolar.
Por Carolina Lauriano
Postado por João Neto
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições