Como escolher seu destino, estudando fora do país?

Como escolher seu destino, estudando fora do país?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

Viver num país diferente significa uma série de mudanças em diversos aspectos da vida de qualquer pessoa. Para ter uma viagem satisfatória, porém, é preciso organização e bom conhecimento do local escolhido como destino, caso contrário, essas mudanças podem ser insuportáveis e resultar no fracasso da empreitada no exterior. É preciso, por exemplo, estar está a par da situação do país, se há demanda de trabalho na área em que você pretende atuar e se o período da estadia coincidirá com a alta ou a baixa estações - o que refletirá sensivelmente nos custos da viagem. Além disso, não se deve levar em consideração somente o curso, mas também desenvolver a capacidade de viver longe do país de origem, algo fundamental para conviver numa cultura diferente. Mesmo com todas essas dificuldades, há sempre a possibilidade de aumentar a bagagem profissional e ampliar os horizontes da carreira.

E antes de investir quantidade considerável de recursos para sair do país é preciso que se tenha em mente que por mais que fazer um curso no exterior possa ser uma ótima oportunidade de conhecer novos lugares e expandir as possibilidades profissionais, nem sempre um curso fora do Brasil pode valer a pena. Se o único motivo da viagem é o curso, saiba que muitas vezes há cursos no Brasil com qualidade tão boa quanto aqueles que se encontraria no exterior. O alerta é da coordenadora geral de bolsas no exterior da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Maria Luiza Lombas, que ressalta que o ponto mais importante que um estudante tem de considerar ao procurar um programa de cursos no exterior é que ele precisa pesquisar muito antes. "O aluno deve verificar se há possibilidade de fazer o curso no Brasil. A viagem pode ter um custo elevado e o curso pode ser encontrado com a mesma qualidade ou até maior aqui no país", afirma.

No caso de viagem para estudo de Mestrado e Doutorado, Maria Luiza aconselha o aluno a buscar o estágio fora de seu país preferencialmente quando não há um grupo consolidado de estudos na área em que se pretende pesquisar. "Esse é um dos fatores que levam os alunos a buscarem cursos no exterior", diz. "Outros fatores que facilitam a busca desse tipo de intercâmbio é a atual valorização da nossa moeda, que permite que pessoas que tenham certo poder aquisitivo realizem os cursos no exterior, muitas vezes por acreditarem que isso pode dar uma distinção no currículo deles, além de ter a vivência no exterior", declara ela.

A Gerente de Produto da agência de Intercâmbio Experimento, Emília Miguel, ressalta que a procura de programas de intercâmbio devem partir do estudante. "É importante também que a pessoa esteja aberta a uma cultura muito diferente", destaca. Ela conta que é feita uma avaliação do perfil do aluno que pretende fazer intercâmbio. "Analisamos o perfil do estudante para indicarmos o país certo para o programa de intercâmbio", diz ela. Emília explica nessa avaliação de perfil há uma entrevista em que são analisadas características da pessoa. O resultado é uma série de dicas, como o não-aconselhamento de destinos como o Canadá, por exemplo, se a pessoa não tolera o frio. Ela acredita ainda que programas de intercâmbio sejam uma tendência mundial. "As pessoas procuram os programas para ter a vivência em outro país", diz Emília, que também afirma que a pessoa deve viajar consciente de que o país tem uma cultura diferente e que isso terá desdobramentos na rotina.

Cautela antes de ir

Antes de fazer um Doutorado ou Mestrado no exterior, é preciso levar em conta a possibilidade do curso não ser reconhecido no país. A coordenadora de bolsas no exterior da Capes alerta que ao programar um intercâmbio, é necessário já ter a possibilidade de reconhecimento do curso no Brasil. "Os estudantes são encaminhados para buscar universidades com cursos semelhantes no país. São as instituições brasileiras que validam os cursos feitos no exterior", explica Maria Luiza.

Para que o estudante possa se programar quanto à validação de seu curso ao voltar de viagem é necessário, antes da partida, que a busca das instituições já tenha sido feito. "O estudante pode procurar professores e pesquisadores na área ou pessoas que já fizeram cursos no exterior para saber como foi feita a validação de seus cursos", sugere Maria Luiza, que diz também que os cursos feitos como distinção para o currículo podem ser um risco que o aluno corre. "O aluno pode obter o título de uma instituição que talvez não seja tão prestigiada quanto um curso que possa ser oferecido em uma instituição no Brasil", destaca.

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